O colapso do Silicon Valley Bank (SVB) e outros bancos pró-criptomoedas completou duas semanas, mas seus impactos ainda são sentidos. Por exemplo, a stablecoin USDC, que perdeu a paridade com a quebra do SVB, continua experimentando uma onda de saques.
De acordo com dados do CoinGecko, os detentores já sacaram o equivalente a quase US$ 10 bilhões em USDC desde a quebra do SVB. Enquanto isso, a participação de mercado da sua maior rival, a USDT, continua subindo no mercado.
Saídas de USDC
O valor de mercado da USDC caiu mais de 42% em pouco menos de dez meses. No mês de junho de 2022, a USDC valia cerca de US% 57 bilhões. No entanto, nesta segunda-feira (3) o valor de mercado da stablecoin era de apenas US$ 33,2 bilhões. Em contrapartida, a USDT possui US$ 79 bilhões em valor de mercado – mais do que o dobro.
Parte dessa queda ocorreu justamente por causa do colapso do SVB, já que a Circle, que é a emissora da USDC, tinha exposição no banco. A empresa confirmou que tinha cerca de US$ 3,3 bilhões em contas no SVB.
Quando o banco faliu, o Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) cobria depósitos de no máximo US$ 250 mil. Ou seja, a Circle poderia ficar sem a maior parte das suas reservas no SVB, o que alarmou o mercado. Nesse dia, o preço da stablecoin caiu de US$ 1 para quase US$ 0,87, perdendo sua paridade.
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No entanto, o FDIC anunciou que cobriria todos os depósitos dos clientes independentemente do valor que estes tinham no SVB. A notícia trouxe alívio para o mercado e a USDC rapidamente recuperou sua paridade com o dólar.
Novos parceiros
Além disso, a Circle, ampliou seus laços com o banco BNY Mellon para auxiliar no resgate do USDC – o banco já presta serviços de custódia para suas reservas. Alguns dias depois, a empresa confirmou que transferiu todas as suas reservas do SVB, exceto fundos limitados mantidos em parceiros bancários de transações.
Embora essas medidas tenham ajudado o token a recuperar sua estabilidade, as saídas maciças continuaram. Desde o colapso do SVB em 10 de março, as saídas líquidas de USDC ultrapassaram US$ 10 bilhões.
Seu rival USDT, por outro lado, paira perto de seu recorde de quase US$ 80 bilhões em valor de mercado. A stablecoin da Tether agora representa 60% de todas o valor de mercado das stablecoins e está com sua maior fatia de mercado desde maio de 2021.
Mas a USDC não foi a única stablecoin a perder espaço no mercado. A BUSD, emitida pela Binance, sofreu um destino semelhante. Ela chegou a ter quase o mesmo valor de mercado da USDC (US$ 30 bilhões), mas hoje possui apenas US$ 7,69 bilhões. Ou seja, uma queda de mais de 67% em menos de quatro meses.
Expansão do USDC
A Circle tem pressionado pela expansão do uso da USDC em várias blockchains. No início desta semana, o emissor de stablecoin anunciou a expansão do token para Cosmos por meio da rede Noble.
Embora os detalhes sobre o lançamento ainda não tenham sido divulgados, a USDC será a primeira stablecoin a funcionar na Cosmos Inter-Blockchain Communication Protocol, ou IBC. Com isso, outras 50 redes que utilizam a IBC poderão contar com a USDC.
“Essa integração catalisará centenas de milhões de dólares para a Cosmos em liquidez nos próximos meses e buscará corrigir os desafios que os usuários e as cadeias de aplicativos enfrentam ao interagir com ativos vinculados provenientes de outros ecossistemas”, disse a Cosmos.