Na última terça-feira, 11 de agosto, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) facilitou o investimento em ações estrangeiras.
Com a alteração, a compra dessas ações poderá ser feita por qualquer investidor. Antes, a operação era restrita para investidores qualificados – que possuem mais de R$ 1 milhão.
Mas como você poderá investir nessas ações? Através de um instrumento apelidado de BDR. É justamente isso que vamos entender neste texto.
Brazilian Depositary Receipts
BDR é a sigla para Brazilian Depositary Receipts.
O BDR se trata de um ativo que o investidor brasileiro tem acesso caso deseje investir em empresas americanas.
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora
Esses certificados são lastreados em ações de uma determinada empresa, sendo que cada empresa possui suas BDRs próprias. Eles são negociados através do home broker da sua corretora, como qualquer outra ação.
O código de cada BDR consiste em quatro letras seguidas do número 34. Por exemplo, o BDR da Tesla é negociado como TSLA34; o da Apple, AAPL34; a Netflix, NFLX34, e assim por diante..
Os BDRs não constituem em ações das empresas, mas possuem essas ações como lastro.
Dessa forma, o investidor que está adquirindo um BDR não está comprando uma ação de uma empresa, mas sim investindo no BDR responsável pela aquisição da ação, e não na empresa em si.
Com efeito, os preços dos BDRs costumam ser bem diferentes dos preços das ações das empresas nas bolsas de seus países.
Tipos de BDRs
Os BDRs são divididos por tipos e níveis. Em tipos, eles são classificados em patrocinados e não patrocinados.
Os BDRs patrocinados possuem como principal característica o fato de que a empresa estrangeira que deseje ter suas ações negociadas na bolsa brasileira precisa comunicar essa intenção a uma instituição depositária.
Então, esta instituição fica responsável pela emissão e negociação desses certificados.
Já os BDRs não patrocinados não precisam dessa instituição.
Em níveis, os BDRs são classificados em nível I, II e III.
BDRs nível I
Os BDRs nível I são os mais comuns na bolsa brasileira. Foi justamente essa modalidade que a CVM liberou para negociação de investidores em geral.
Esses BDRs não precisam de uma instituição depositária e possuem maior liquidez nas negociações.
BDRs nível II e III
Esses BDRs possuíam como característica a ausência de restrições para investidores qualificados. Ou seja, podiam ser adquiridos por qualquer pessoa.
No entanto, eles possuem uma liquidez extremamente baixa e são bem raros na bolsa.
Vantagens e desvantagens dos BDRs
Como em qualquer investimento, existem vantagens e desvantagens de investir no exterior via BDRs. Vamos conhecer cada uma delas.
Vantagens
- diversificação de investimentos;
- acesso a ações de mercados internacionais sem a necessidade de abertura de conta nos países de origem das empresas;
- não há necessidade de realizar operações de câmbio nem de pagamento de impostos no exterior;
- exposição ao dólar, servindo como proteção de portfólio contra as oscilações de mercados emergentes.
Desvantagens
- BDRs possuem liquidez menor que ações tradicionais;
- Por serem negociados no Brasil, os BDRs não eliminam o risco de exposição ao país;
- O preço e dividendos distribuídos são em reais, o que mantém o investidor exposto ao risco da nossa moeda.
Leia também: PIX tem regulamento aprovado pelo Banco Central, marcando fim do TED e DOC
Leia também: Empresas confiam mais em fintechs do que em bancos tradicionais, revela pesquisa
Leia também: Fundo de criptoativos da Hashdex passa a integrar carteira da Empiricus