A Rússia não quer saber de caixas eletrônicos (ATMs) de Bitcoins em seu território e, sob ordens do Banco Central Russo, apreendeu 22 máquinas que operavam no país e estavam instaladas em lojas, bares e shopping centers, distribuídas em nove cidades. No entanto, apesar da apreensão, a ação não parece indicar uma posição contrária dos reguladores nacionais com os caixas eletrônicos de criptomoedas, tendo em vista que todas as máquinas eram operadas pela empresa BBFpro e, mesmo depois da apreensão, segundo dados do Coin ATM Radar, ainda existem 82 máquinas operando no país.
De acordo com a agência de notícias RBC, a BBFpro pretende recorrer da decisão do Banco Central que, segundo o advogado da empresa, Sarkis Darbinian, causou danos econômicos e custos irreparáveis à reputação da marca BBFpro. Já Artem Bedarev, diretor da BBFpro, disse à RBC que a empresa não entende a ação e não recebeu nenhuma investigação preliminar do Ministério Público.
“A possibilidade de transferência de fundos transnacional descontrolada e seu subsequente desconto traz altos riscos do potencial envolvimento de criptomoedas em esquemas voltados para atividades ilegais no mercado financeiro”, disse o representante do Banco Central Russo sobre a apreensão.
No entanto, para Darbinian, as ações dos policiais e do Ministério Público “causam perplexidade”.
“Não há proibição de compra de criptomoedas na legislação atual. A empresa cumpre todos os procedimentos estatutários, paga impostos e, além disso, identifica os usuários mesmo na ausência de tal requisito obrigatório.”
Fanis Zagitov, presidente da Malavita, outra grande empresa de ATMs de criptomoedas da Rússia, disse que sua empresa não experimentou tais problemas. Um funcionário da Trovemat, outro fornecedor de ATMs de Bitcoin que possui unidades na Rússia, disse que estava ciente da ação contra a BBFpro. O funcionário disse que as ações podem ser causadas por reclamações de clientes ou suspeitas de violações financeiras. O status legal dos caixas eletrônicos de Bitcoin na Rússia continua obscuro, de acordo com informações de advogados russos.