Há alguns dias, me peguei conversando com uma pessoa sobre investimentos e mercado de trabalho. Na conversa, ressaltei as duas vantagens que sempre aponto como as maiores do meu trabalho: ter mobilidade e poder fazer meus próprios horários.
Eis que a pessoa me solta uma resposta que chamou a minha atenção:
“Ter mobilidade é algo muito bom, mas isso limita a possibilidade de criar e possui riqueza. Eu gosto de ter patrimônio que me gere renda, e isso é difícil se eu me mudo para uma cidade ou país todo mês.”
Essa frase me chamou a atenção porque a pessoa, embora seja jovem, parece ainda ter um pensamento voltado para o fato de que a única riqueza que existe é aquela que pode ser tocada, algo puramente físico.
Ao ouvir essa fala, me lembrei involuntariamente de uma imagem que utilizei em dos textos que escrevi sobre dinheiro e o famoso personagem Tio Patinhas. Os mergulhos nas moedas de ouro, guardadas no cofre, eram o modelo de riqueza que nossos pais e avós conheciam e valorizavam.
Ou, trazendo para uma realidade mais próxima, a riqueza por meio de imóveis e outros bens tangíveis.
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Riqueza tangível
A existência de tal pensamento não é uma surpresa. Vivemos em um país onde os imóveis — chamados, curiosamente, de ativos reais — são considerados uma forma de investimento (e um investimento seguro, que nunca desvaloriza!) por muitas pessoas.
Segundo pesquisa do PNAD/IBGE, quase 70% dos brasileiros possuem casa própria quitada), ao passo de que os fundos imobiliários, produtos negociados em bolsa e lastreados em imóveis, possuem menos de 200 mil investidores. Um número irrisório.
E essa aparente dicotomia entre investir em imóveis físicos ou em fundos imobiliários tem tudo a ver com o tema do texto. Por essa razão, a utilizarei como exemplo para os argumentos colocados hoje. Ambos são considerados formas de riqueza. Mas apenas um deles permite ao investidor um maior grau de liberdade. E é sobre isso que falaremos.
Produtos iguais, vantagens diferentes
Primeiro, é preciso destacar que riqueza é um termo cujo significado é bastante subjetivo: o meu conceito de riqueza pode diferir do conceito que você, leitor, possui sobre o termo. Por isso, o caso dos imóveis vs fundos deve ser visto apenas como um exemplo, o qual pode ser aplicado a diversos outros ativos(citarei alguns como exemplos no final do texto).
Dito isso, vamos ao ponto: riqueza ou mobilidade não precisam ser duas opções de uma escolha diferente. É possível, sim, ser uma pessoa rica sem precisar ter uma ampla gama de bens físicos. No caso de imóveis, isso é ainda mais evidente — e mostra as grandes vantagens da mobilidade.
Ora, a riqueza não está concentrada apenas em um tipo de bem ou investimento. O Facebook é um grande exemplo disso: trata-se de uma empresa que possui pouquíssimos ativos reais, já que são basicamente um site e seus servidores. A Uber é outro exemplo, por ser uma empresa de transporte que não detém a propriedade de um só carro. Essas empresas não geram riqueza? Claro que sim.
Para nós que trabalhamos de forma remota e não temos o vínculo com um local físico, a riqueza consiste em bens que possam ser transportados ou armazenados com facilidade. Para um freelancer, por exemplo, a maior riqueza consiste em um computador e uma boa conexão de internet. Ter um banco que não necessite a presença em agências, também é uma riqueza importante — que já existe, na forma dos bancos digitais.
Uma outra riqueza que pode nos ser útil é um meio de pagamento internacional que permita uma fácil conversão de moeda, ao mesmo tempo que diminua o impacto das taxas e impostos. Algo que também já existe, graças a espetacular ideia de criar uma certa criptomoeda…
Bitcoin: a riqueza do século XXI
O surgimento do Bitcoin e o crescimento do interesse por ativos em renda variável, fizeram surgir um novo tipo de interesse em riqueza, a qual não demanda que nós tenhamos a propriedade de alguma coisa. Para investir em uma empresa, não precisamos mais abrir uma: basta comprar ações. Para investir em imóveis, os fundos imobiliários são mais fáceis, práticos e baratos do que comprar um apartamento.
Até mesmo os investimentos no exterior, algo antes restrito a quem possuía mais dinheiro, estão abertos a praticamente qualquer pessoa. Um nômade digital hoje pode ficar exposto a dólar, euro e outras moedas fortes sem precisar comprá-las de imediato: basta comprar bitcoins, abrir uma conta em uma exchange internacional e vender os bitcoins pela moeda nacional que desejar.
“Mas eu não tenho uma conta em banco europeu para transferir os euros para lá.”
Sem problemas, pois os bancos digitais já chegaram no Velho Continente. De qualquer lugar do mundo, apenas com o uso do celular, é possível abrir uma conta europeia com cartão de débito e começar a usá-la, de forma gratuita e sem burocracia.
Imagine os gastos que podem ser eliminados: impostos, taxas de casas de câmbio, custos com cartões e muitos outros. E, consequentemente, a maior riqueza que permanece em nossas mãos.
Conclusão
Riqueza e mobilidade não são excludentes. Existem diversos ativos em que os nômades podem investir para gerar riqueza enquanto viajam o mundo, e todos possuem vantagens muito parecidas com as da nossa carreira.
E o melhor de tudo: o acesso a riqueza não precisa mais ficar restrito ao nosso país. Ativos digitais (como o Bitcoin) e contas digitais internacionais trouxeram o mundo aos pequenos investidores, da mesma forma que a internet trouxe o mundo a quem trabalha de forma remota.
O mundo caminha rumo à eliminação de diversos intermediários, e, por sua vez, liberar os recursos que gastávamos nesses para serem gastos em coisas que geram mais valor. Vamos aproveitar essa nova mobilidade para gerar cada vez mais riqueza para o nosso padrão de vida.
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