Riccardo Spagni, ex-desenvolvedor e mantenedor da criptomoeda Monero (XMR), foi preso nos Estados Unidos. As acusações não estão relacionadas à criptomoedas, mas à fraudes relacionadas a crimes cometidos na África do Sul entre 2009 e 2011.
A informação foi confirmada pelo também desenvolvedor Cobra em sua conta no Twitter:
“Há apenas um mês que ele mandou mensagem para mim pelo Twitter e ofereceu suporte e apoio. Agora ele está enfrentando as suas próprias batalhas legais. Desejando o melhor a ele.”
Mantenedor da Monero aguarda extradição
De acordo com um memorando de extradição, Spagni foi detido em Nashville (EUA), em um jato particular com destino ao México.
O pedido de prisão e extradição veio do governo sul-africano. Segundo o memorando, Spagni é acusado na África do Sul de ter cometido fraudes contra seu empregador Cape Cookies.
“Como funcionário da Cape Cookies, a Spagni interceptou faturas de outra empresa, a Ensync, relacionadas a bens e serviços de tecnologia da informação, fornecedora da Cape Cookies. Spagni conscientemente usou informações falsas para fabricar faturas semelhantes que pretendiam ser da Ensync. (…) SPAGNI então inflou os preços dos bens e/ou serviços”, diz o documento.
O governo sul-africano alega que as faturas em questão não continham a conta bancária real da Ensync, mas sim uma conta bancária controlada por Spagni.
Após o pedido de prisão do governo sul-africano, as autoridades dos EUA conseguiram prender Spagni no dia 20 de julho. Atualmente, ele está sob custódia da Procuradoria-Geral dos Estados Unidos.
Desenvolvedor poderia usar criptomoedas para fugir
Ainda de acordo com o memorando, o pedido de fiança foi negado a Spagni sob alegações de que ele poderia fugir com suas criptomoedas:
“Além disso, acredita-se que Spagni tenha ativos de criptomoeda significativos que o permitiriam fugir. Ele supostamente dá palestras em todo o mundo sobre tópicos relacionados à criptomoeda, foi o principal mantenedor do Monero (um projeto de criptomoeda que visa ofuscar a capacidade de ligação das transações)”, detalha o documento.
O memorando diz ainda que Spagni “representa um perigo para a comunidade”.
Agora, Spagni tem uma audiência marcada em 5 de agosto para determinar se ele ficará detido até o julgamento. Caso seja condenado na África do Sul, Spagni pode pegar uma pena de até 20 anos de prisão.
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