O mercado de criptoativos tem acompanhado o aumento nas taxas da rede Ethereum. A taxa, chamada Gas, tem aumentando com o congestionamento da rede.
O congestionamento, por sua vez, está sendo causado pelo grande tráfego do ramo de finanças descentralizadas (DeFi).
O CriptoFácil conversou com a representante da MakerDAO na América Latina, Nadia Alvarez, sobre DeFi e Ethereum.
Escalabilidade e DeFi
O congestionamento da rede Ethereum trouxe à tona novas preocupações sobre escalabilidade.
Em outras palavras, a preocupação com custos da rede e tempo de processamento voltaram ao foco.
Alvarez falou sobre a relação entre DeFi e o congestionamento da rede:
“Estamos vendo agora o desenvolvimento de muitos novos projetos no Ethereum, aproveitando a composição de todos os serviços que agora estão disponíveis. Isso gera um impacto positivo em termos de inovação, mas também mostra os altos preços do Gas – que preocupam não só a Maker, mas toda a comunidade.”
Como solução, ela menciona alguns projetos focados em escalabilidade:
“A solução para esse problema é melhorar a escalabilidade. Atualmente, pode ser através de soluções como Optimistic e ZK rollups, que aumentam a capacidade de transações em segunda camada. Também estamos vendo como vários de nossos parceiros estão levando suas soluções para a segunda camada.”
Quando questionada se a Maker tem planos de deixar o Ethereum, Alvarez responde que “não por agora”. A representante da Maker acrescenta:
“A Maker faz parte dos serviços que integram o ramo de DeFi e permitem que muitos outros projetos inovadores sejam lançados. Até mesmo a Maker depende de ETH e outros tokens na rede Ethereum para gerar DAI.”
Crescimento da DAI
Apesar de ser lançada após muitas stablecoins, a DAI conquistou seu espaço. No momento da escrita desta matéria, ela é a 30ª maior criptomoeda em valor de mercado.
O CriptoFácil indagou Alvarez sobre as razões por trás do rápido crescimento, tendo ela apontado que a descentralização é o fator-chave:
“A DAI foi lançada em dezembro de 2017 e, desde essa data, é o projeto com mais capital bloqueado dentro do espaço DeFi (hoje são mais de R$ 6 bilhões). Desde aquela data, temos trabalhado – a Maker Foundation e a comunidade – para aprimorar o protocolo e disponibilizar a DAI em diferentes mercados dentro e fora da blockchain. Ao contrário de outras stablecoins, DAI é uma moeda descentralizada, transparente e governada pela comunidade. Essas características são relevantes para vários mercados, incluindo a América Latina.”
Sobre a “concorrência” advinda do crescimento de DeFi, Alvarez pontua:
“Nosso foco hoje é trazer mais colaterais para o sistema, incluindo ativos do mundo real (RWA, na sigla em inglês). Isso ajudará o protocolo a diversificar o risco colateral e aumentar o volume de DAI. Estamos vendo que novos projetos como a Yearn Finance melhoram o ecossistema DeFi (graças à integração com outros projetos), incluindo uma de suas mais recentes estratégias de investimento, a yETH, com a qual conseguiram aproximadamente 70 milhões de DAI.”
Tempos de crise pedem diversificação
Por fim, Alvarez falou sobre o período atual e a importância de diversificar investimentos.
Citando a exchange BitcoinTrade como parceira, a representante da Maker conclui:
“A crise atual tem mostrado a necessidade de gerar opções para diversificar nossas finanças, por isso estamos trabalhando com nossos parceiros, como o BitcoinTrade, para viabilizar a compra de DAI com real. Assim, os brasileiros podem acessar o mundo DeFi.”
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