Malta sofreu um duro golpe quando o seu primeiro-ministro Joseph Muscat, que é amigável à tecnologia blockchain, foi forçado a desistir de seu cargo na semana passada, após os protestos públicos pelo assassinato do jornalista investigativo Daphne Caruana Galizia.
Muscat tem sido fundamental para o desenvolvimento tecnológico da pequena ilha do Mediterrâneo nos últimos anos, apoiando políticas relacionadas ao crescimento de tecnologias emergentes como blockchain, games e Inteligência Artificial. Especula-se que a sua saída tenha impactado em uma das principais exchanges de criptomoedas do mundo, a Binance, que deixou a China para fixar sua sede ilha europeia.
Embora ainda não tenha ocorrido nenhuma censura ou mudança de política no país, a forma como Muscat saiu do governo começou a gerar incertezas nas empresas de criptomoedas, que já estão de olho nas Ilhas Virgens Britânicas, Ilhas Cayman ou Seychelles como alternativa caso haja uma mudança de orientação em Malta, segundo fontes ouvidas pelo CriptoFácil.
A saída de Muscat junta-se com a Quinta Diretiva Anti-Lavagem de Dinheiro (5AMLD) que entrou em vigor na Europa em janeiro deste ano e ampliou a verificação sobre padrões de KYC e AML, medida que pode afetar profundamente os clientes da Binance e de outras empresas globais do setor. A exchange criptomoedas KyberSwap, por exemplo, já anunciou que está deixando Malta para migrar para as Ilhas Virgens Britânicas.
A renúncia de Muscat e a implementação do 5AMLD são significativas para a operação de empresas como a Binance na Europa, especialmente após o lançamento do Relatório da Chainalysis sobre as atividades destas empresas que são acusadas de lavarem dinheiro para hackers e outros criminosos virtuais.
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