O Congresso dos Estados Unidos liberou, no dia 13 de março o Joint Economic Report. Com cerca de meio século de existência, o relatório anual traz algumas das principais avaliações sobre a economia do país e reúne dados, pareceres e análises micro e macroeconômicas. A edição de 2018 trouxe uma grande surpresa em suas mais de 300 páginas: um capítulo inteiro dedicado ao Bitcoin, blockchain e criptomoedas.
“Um futuro seguro”
O capítulo em questão é o capítulo 9 do relatório. Intitulado “Building a Secur Future: On Blockchain At a Time” (Construindo um futuro seguro: uma blockchain de cada vez), trata-se de um marco: é a primeira vez que as criptomoedas ganham uma menção neste relatório. De fato, um capítulo inteiro acabou sendo criado para discutir o assunto.
“A tecnologia Blockchain – fornecendo segurança cibernética e muitos outros benefícios potenciais – entrou no mainstream em 2017, impulsionada por interesses generalizados e avaliações crescentes em moedas digitais como Bitcoin e Ethereum”, afirma o relatório na introdução do capítulo 9.
No decorrer das pouco mais de 25 páginas, o documento traz um balanço do ano de 2017 para o mercado das criptomoedas e destaca o crescimento exponencial tanto no preço, quanto na procura por conhecimento e notícias sobre o mercado.
“Muitos eventos econômicos significativos se destacam em 2017: a passagem da reforma tributária, a reforma regulatória, a queda contínua do desemprego eo surgimento das criptomoedas, devem ser listados entre eles. Manchetes sensacionais e intenso fascínio levaram o Bitcoin ao segundo lugar no tópico de notícias global do ranking de termos pesquisados no Google em 2017”, aponta.
Segurança e ameaça
Outros pontos do relatório falam mais especificamente sobre o potencial do Bitcoin e, especialmente, da tecnologia blockchain. O risco da criptomoeda vir a superar as moedas tradicionais emitidas por governos também foi debatido.
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“Vários críticos de moedas controladas pelo governo vêem as criptomoedas com bons olhos, por que sua oferta é pré-programada e percebida como imutável. Por exemplo, apenas 21 milhões de Bitcoins serão emitidos e a última fração de um Bitcoin será emitida aproximadamente no ano de 2140. Além disso, o criador do Ethereum projetou sua recompensa de mineração para diminuir exponencialmente à medida que mais mineradores criam blocos e, de acordo com seus cálculos, a oferta será apenas mais de 100 milhões de ethers”, destaca o documento, referindo-se ao fato de que as criptomoedas mencionadas são livres do efeito inflacionário.
A segurança da blockchain e o interesse por ofertas iniciais de moedas (ICOs, na sigla em inglês) (outro tema que ganhou destaque durante 2017) também foram apontadas pelo relatório como algo benéfico:
“As criptomoedas e as ICOs ganharam as manchetes, e o ritmo da inovação financeira no espaço da blockchain surpreende os céticos. No entanto, com todas as manchetes focadas nas aplicações financeiras, as pessoas podem deixar passar a revolução digital que agora está acontecendo com outras aplicações em blockchain. Pior ainda, as pessoas poderiam estar assustadas com os novos desenvolvimentos com a tecnologia, pois a associam às manchetes negativas. A tecnologia blockchain oferece uma maneira descentralizada, segura e eficiente de armazenar quase qualquer tipo de dados em várias plataforma.”
Transformações
Por fim, o documento aponta a necessidade das indústrias em se adaptar à esse mercado:
“Desenvolvedores, empresas e governos reconhecem o potencial e já começaram a implementar a blockchain para muitos usos diferentes. Por exemplo, fornecedores de cuidados de saúde, pacientes e formuladores de políticas continuam a procurar formas portáteis e seguras para armazenar registros médicos digitalmente.”