A Chainalysis revelou que a Europa Oriental está presenciando um aumento significativo nas atividades relacionadas a finanças descentralizadas (DeFi), impulsionado principalmente pela Rússia e Ucrânia. Esses dois países, classificados como 6º e 7º no Índice Global de Adoção de Criptomoedas deste ano, se destacam como participantes-chave na economia global de criptoativos.
Crescimento da Rússia e Ucrânia no mercado DeFi
De acordo com o relatório da Chainalysis, a Rússia subiu seis posições no ranking em relação ao ano anterior. Isso ocorreu mesmo em meio à guerra e às crescentes sanções econômicas impostas ao país. Além disso, a Europa Oriental liderou os fluxos de entrada de criptomoedas. A Rússia, por exemplo, recebeu US$ 182,44 bilhões em criptoativos. Enquanto isso, a Ucrânia recebeu US$ 106,1 bilhões.
As exchanges descentralizadas (DEX) na região tiveram um aumento significativo nos fluxos de entrada de criptomoedas, sendo a Ucrânia e a Rússia os principais responsáveis por esse crescimento. No total, as plataformas DeFi na Europa Oriental receberam cerca de US$ 149 bilhões em criptoativos.
Especificamente, as entradas de criptoativos em DEXs ucranianas cresceram mais de 160%, atingindo US$ 34,9 bilhões. Enquanto isso, na Rússia o aumento foi de mais de 173%, chegando a US$ 58,4 bilhões.
Além disso, outros países da região, como Moldávia, Hungria e República Tcheca, também registraram um crescimento expressivo nos serviços de empréstimos descentralizados, recebendo cerca de US$ 11,29 bilhões em ativos digitais.
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Transações institucionais e populares
O relatório identificou duas tendências principais nas transações DeFi na Ucrânia e na Rússia ao longo do último ano. A Ucrânia viu um aumento de 361,49% em transações institucionais de grande porte, ou seja, aquelas superiores a US$ 10 milhões.
Essas transações representaram a maior parte da atividade DeFi no país. Ao mesmo tempo, a Ucrânia também registrou um crescimento notável em transações de varejo, tanto grandes quanto pequenas, com aumentos de 82,29% e 91,99%, respectivamente. Isso sugere uma adoção de criptomoedas por parte da população, que pode estar usando criptoativos para gastos diários, em meio a desafios geopolíticos e recuperação da inflação.
Na Rússia, junto com Belarus, Polônia e Eslováquia, também houve um crescimento expressivo nas transferências institucionais de grande porte no setor DeFi.
Plataformas de cripto sem KYC na Rússia
O relatório destacou ainda o aumento da popularidade dos serviços de criptoativos desenvolvidos na Rússia, especialmente aqueles que operam sem a exigência de identificação (no-KYC). Enquanto o tráfego de usuários para exchanges centralizadas permaneceu estável, as plataformas sem KYC em russo experimentaram um pico de atividade no ano passado e desde então se estabilizaram.
Esse crescimento parece ter relação com as sanções impostas aos bancos russos. As restrições levaram muitos residentes locais a recorrerem a essas plataformas para converterem suas moedas fiduciárias em criptomoedas, evitando assim as restrições financeiras impostas ao país.