A Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) abriu espaço para o setor DeFi. Durante uma mesa-redonda em Washington, a agência revelou que considera uma “isenção de inovação” para projetos descentralizados. Paul Atkins, novo presidente da SEC, deixou claro o tom da nova abordagem.
“O direito à custódia própria é um valor americano fundamental”, afirmou.
De acordo com Atkins, esse direito precisa ser respeitado mesmo em ambientes digitais, como blockchains e plataformas DeFi.
A declaração marca uma mudança radical, já que, até recentemente, a SEC tratava o DeFi com desconfiança, adotando postura de fiscalização severa. Agora, o discurso mudou. Além disso, Atkins revelou que instruiu sua equipe a criar uma estrutura provisória. A ideia é permitir que produtos e serviços on-chain cheguem ao mercado antes da regulamentação completa.
“O DeFi não está mais sendo ignorado. Está sendo analisado a fundo”, afirmou Martin de Rijke, diretor da Maple Finance.
Ele ressaltou que a SEC agora busca compreender como funcionam os sistemas descentralizados, incluindo gestão de riscos, governança e controle.
Chuck Zhang, CFO do protocolo PolyFlow, destacou que orientações claras e colaborativas podem atrair desenvolvedores e aumentar a confiança dos investidores. Para ele, isso evita que o capital fuja para jurisdições menos rigorosas.
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Inovação para DeFi
Além disso, Joe Sticco, CEO da Cryptex Finance, reforçou esse ponto. Segundo ele, a fala de Atkins mostrou que a SEC entende o perigo de perder inovação para o exterior por causa de regulações confusas.
“Pela primeira vez, vemos um regulador nos guiando, não nos bloqueando”, disse Sticco.
Ele considerou a postura da SEC urgente, necessária e um verdadeiro alívio para o setor.
A reação foi imediata. Tokens DeFi como AAVE, UNI e SKY subiram mais de 10% após o evento. O mercado percebeu um novo horizonte de oportunidades dentro dos Estados Unidos.
Joris Delanoue, cofundador da Fairmint, afirmou que “os ventos mudaram”. Segundo ele, muitos projetos que antes buscavam fugir da jurisdição americana agora querem retornar, pois sentem que finalmente haverá regras claras.
Charles St. Louis, fundador da DELV, elogiou a transparência de Atkins. Para ele, o evento foi “um sopro de ar fresco”. O reconhecimento de que atividades como staking e desenvolvimento open-source não configuram corretagem representa um avanço relevante.
St. Louis definiu a proposta da SEC como um possível “divisor de águas” para o setor DeFi. Ele acredita que a futura estrutura permitirá emissão e liquidação on-chain com segurança e conformidade, sem depender de intermediários.