O Bitcoin (BTC) pode estar à beira de uma alta histórica que vá superar o recorde anterior. Essa é a previsão de Arthur Hayes, fundador da BitMEX, que acredita numa valorização até US$ 200 mil no preço da criptomoeda.
Em seu último ensaio, “Ski Cut”, Hayes chama atenção para uma manobra pouco discutida do Tesouro dos EUA: a recompra de títulos em larga escala. O programa ressurgiu em 2024 e, de acordo com o Departamento do Tesouro, serve para dar mais liquidez ao mercado.
Foi a primeira vez que o governo dos EUA anunciou recompras de títulos de dívida desde o ano 2000. E para Hayes, essa onda de liquidez desencadeará uma forte alta no preço do Bitcoin, levando-o a ultrapassar US$ 110 mil. Mas à medida que o programa continue, o BTC deve buscar até os US$ 200 mil com o aumento da liquidez.
Bitcoin vai subir com recompras nos EUA
Segundo dados do Tesouro dos EUA, o programa de recompra tem previsão de duração até outubro de 2025. Até o fechamento desta matéria, o Tesouro prevê a realização de mais duas recompras nos próximos dias. Uma ocorrerá em 30 de abril e a segunda, em 05 de maio.
O programa não traz emissão direta de dinheiro que Hayes sugeriu anteriormente, além de ocorrer em menor volume. Mesmo assim, Hayes afirma que o mecanismo pode indiretamente alimentar a liquidez do mercado.
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Além disso, o pacote pode reduzir a volatilidade dos títulos e permitindo que fundos de hedge alavancados continuem acumulando títulos do Tesouro. Com isso, os ativos de risco também podem se beneficiar, como é o caso do Bitcoin.
Hayes traçou um paralelo com o final de 2022, quando a então Secretária do Tesouro, Janet Yellen, drenou o Programa de Recompra Reversa (RRP) do Fed para injetar liquidez nos mercados. Naquela época, o BTC atingiu seu fundo de preço, mas desde então valorizou-se mais de seis vezes.
A possibilidade de o BTC atingir US$ 200 mil depende de dois desenvolvimentos importantes. Primeiro, Hayes aponta que é necessário que haja recompras contínuas do Tesouro. De acordo com Hayes, se o déficit do governo americano seguir crescendo, o Tesouro provavelmente aumentará as recompras para conter a alta dos rendimentos dos títulos.
Em segundo lugar, o cofundador da BitMEX espera a cumplicidade do banco central dos EUA, o Fed. Apesar da retórica de combate à inflação, Hayes acredita que o Fed pode apoiar tacitamente medidas de liquidez. Para isso, o banco central não precisaria cortar juros, mas sim expandir os programas de injeção de liquidez.
Seguro contra o dólar
As implicações para os investidores são claras: o Bitcoin continua sendo a principal proteção contra a desvalorização monetária. E se Hayes estiver certo, o verdadeiro ciclo de alta deve começar em breve.
“O Bitcoin continuará a liderar o caminho, pois é o beneficiário direto de mais dólares fiduciários circulando. Agora que a comunidade global acredita que Trump é um louco que usa a arma tarifária de forma crua e selvagem, qualquer investidor com ações e títulos americanos está procurando por algo fora do sistema. Fisicamente, o ouro. No mundo digital, o Bitcoin”, disse Hayes.
Esse comportamento pode explicar a valorização do BTC, que subiu 3,3% nesta quarta-feira (23) e ultrapassou US$ 90.000 pela primeira vez em mais de seis semanas. Negociado em torno de US$ 93.531 no momento da finalização deste texto, o BTC subiu 3,3% nas últimas 24 horas e 11,8% na última semana.
