A quantidade de Bitcoin em exchanges de criptomoedas caiu para o menor nível em sete anos, de acordo com dados da MacroMicro. Atualmente, apenas 2,4 milhões de BTC estão armazenados em corretoras, número idêntico ao registrado em agosto de 2018.
Essa queda vem acontecendo desde novembro de 2024, quando o movimento de retirada de moedas das plataformas começou a se intensificar. Em geral, o saldo de Bitcoin nas exchanges aumenta quando investidores institucionais ou grandes baleias decidem vender, mas no cenário atual, o fluxo segue na direção contrária.
Por definição, o saldo de BTC em exchanges mostra quanto as corretoras controlam em endereços próprios, usados para negociações e saques de clientes. Em tese, reservas menores indicariam menor pressão de venda, o que poderia abrir espaço para valorização. No entanto, especialistas alertam que esse raciocínio não se aplica ao momento atual.
A Glassnode, empresa especializada em análise de blockchains, destacou que a base de custo dos investidores continua estável, mas sem sinais de acumulação relevante. A maioria dos grupos detentores de Bitcoin segue abaixo de 0,5% de crescimento, o que indica um mercado ainda dominado pela distribuição neutra.
Bitcoin nas exchanges registra queda
O analista financeiro Cauê Oliveira reforçou em entrevista que a diminuição do saldo de BTC nas exchanges não será suficiente para disparar uma nova onda de alta. Para ele, a liquidez do mercado já está garantida por outros mecanismos, como mesas de balcão, fundos de investimento e ETFs.
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De acordo com Oliveira, os mercados atuais contam com pools de liquidez mais sofisticados, reduzindo a dependência das exchanges centralizadas. Hoje, instituições, governos e contratos inteligentes controlam cerca de 3,7 milhões de BTC, segundo dados do BitcoinTreasuries.
Essa mudança estrutural explica por que a queda nas reservas não necessariamente pressiona o preço. Isso porque há liquidez suficiente para atender à demanda, sem comprometer a profundidade dos livros de ordens.
Apesar da redução do volume, o valor em dólar dos Bitcoins nas exchanges segue em alta. Em novembro de 2018, o ativo era negociado a cerca de US$ 7.000. Agora, em setembro de 2025, cada BTC vale aproximadamente US$ 115.000, o que representa um salto de 1.540% em sete anos.
Oliveira conclui que, embora a quantidade de moedas disponíveis em corretoras esteja no nível mais baixo desde 2018, não há sinais de escassez imediata que impulsione uma valorização rápida. Para ele, apenas no futuro será possível observar um choque real de oferta, capaz de alterar de forma significativa a dinâmica do mercado.
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