O real preço do Bitcoin no Brasil envolve muito mais do que a simples resposta “o que o mercado está disposto a pagar”.
Existem diversas variáveis e uma delas é o tipo de negócio. No varejo, por exemplo, as exchanges comercializam através dos seus livros ordens compostos por pedidos de compra e venda de menores quantias de ativos, e portanto possui um valor. No entanto, a lógica fica um pouco mais complicada para aqueles que desejam comprar uma quantidade maior de Bitcoin. Qual preço deve ser considerado?
Acostumados a fazer esta conta todos os dias, operadores de OTC (mercado balcão) e vendedores P2P têm buscado, há um certo tempo, um índice que traga com fidelidade o valor do Bitcoin no Brasil e ser possível alavancar oportunidades de arbitragem, ter parâmetro de comparação para com o mercado internacional e outros.
O Criptomoedas Fácil conversou com dois vendedores que têm ampla atuação no mercado nacional para entender como funciona esta lógica de mercado e identificou que um movimento vem se formando em torno do BRIX (Brazilian Real Index), um novo índice de preços lançado em janeiro deste ano no Brasil e que já foi adotado por um dos maiores portais de investimento do mundo, o Investing.com.
Segundo eles, a dificuldade dos índices nacionais em identificar variações bruscas já causou muito prejuízo e a ausência de um preço padrão (como já foi a MTGox, FoxBit, entre outros) também atrapalha as negociações tanto para compradores quanto para vendedores.
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“Eu nunca usava índices produzidos por terceiros, pois, em sua maioria a metodologia usada, tem um problema de atraso, e em momento de quedas ou subidas bruscas, fica totalmente fora de mercado. Eu utilizava sempre alguma exchange como referência. Enquanto a gente tinha uma com metade do mercado, isso funcionou bem, no entanto, depois que o mercado ficou mais diluído, fiquei em dúvida de por onde me guiar na definição do preço. Agora tenho usado o Brix pois ele tem balizado o preço olhando para as maiores exchanges e num lapso de tempo que permite identificar importantes oscilações do mercado”, disse Marcelo Brant, um dos principais vendedores P2P do mercado nacional.
A mesma opinião foi dada por Jéssica Lima, comerciante de Bitcoin no Brasil.
“Com um dos índices que utilizava, tive um problema com bug numa exchange que alterou demasiado o preço, me fez ter prejuízo pois me baseava naquele índice e ele estava errado. Então resolvi migrar para o Brix, pois ele tem sido capaz de balizar melhor o valor do Bitcoin no Brasil”, ressalta.
Responsável pelo desenvolvimento de toda a parte de back-end e de dados do índice, o físico e cientista de dados Eloi Pattaro explica que o Brix propõe uma metodologia diferente daquelas normalmente utilizadas por índices de Bitcoin no Brasil. Segundo ele, a proposta é tentar capturar com mais assertividade as oscilações bruscas do mercado e, desta forma, obter uma média de preço mais precisa do valor do Bitcoin em reais em determinado momento.
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