O governo da província canadense de Manitoba estabeleceu uma moratória de 18 meses para novas operações de mineração de criptomoedas. Dessa forma, os mineradores não poderão criar novos projetos nem ampliar as plantas de mineração que já existem.
De acordo com a CTV News, o governo justificou a proibição com o risco energético. A atividade de mineração consome muita energia, diz o governo, e há a possibilidade de a rede local ser sobrecarregada por novos projetos.
Manitoba é a mais recente de uma série de jurisdições que reduziram ou paralisaram a aprovação de novas operações de mineração. O governo do estado de Nova York, nos Estados Unidos, impôs uma moratória de dois anos para projetos de mineração citando preocupações ambientais.
Cameron Friesen, ministro das Finanças de Manitoba e responsável pela concessionária de serviços públicos da província, Manitoba Hydro, defendeu a proibição. De acordo com o executivo, a mineração de criptomoedas precisa ter limites no país
“Não podemos simplesmente dizer: ‘Bem, qualquer um pode pegar qualquer [energia] que quiser e simplesmente construiremos barragens'”, disse Friesen.
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora
O governo impedirá que novas operações de mineração de criptomoedas se conectem à rede elétrica por 18 meses. No entanto, a medida não afeta as atividades atualmente desenvolvidas na província, que, segundo o governo, tem 37 instalações de mineração.
Nem Friesen, nem a Manitoba Hydro deram mais detalhes a respeito da moratória.
- Leia também: LedgerX vai enviar quase R$ 1 bilhão para a FTX
Busca por melhores condições
Com um clima frio e custos de energia acessíveis, o Canadá atrai a atenção de mineradores de criptomoedas em busca de melhores condições. Manitoba, por exemplo, possui a segunda tarifa de eletricidade mais barata do país, depois de Quebec.
A energia barata e o clima frio implicam custos menores com aquecimento, um dos maiores gastos da atividade. Por outro lado, a atividade constante das mineradoras também se beneficia de um custo menor de eletricidade.
Conforme explicou Friesen, 17 mineradores solicitaram conexão à rede e sua demanda de energia totalizaria 371 megawatts (MW) a mais de consumo. Esses 371 MW é aproximadamente metade da capacidade de geração da estação de Keeyask, que entrou em operação plena no início de 2022.
Aliás, a região de Manitoba contraiu uma grande dívida para reforçar sua capacidade de produzir energia. Como resultado, a dívida da Manitoba Hydro triplicou nos últimos 15 anos, totalizando CAD 3,7 bilhões (cerca de R$ 12 bilhões).
Este dinheiro serviu para construir dois novos megaprojetos de geração de energia. O primeiro foi o já citado Keeyask e o segundo foi a linha de transmissão Bipole III. Cerca de 40% das taxas de serviços públicos dos consumidores vão para o serviço da dívida, de acordo com a Manitoba Hydro.