O protocolo de empréstimos de criptomoedas Hodlonaut, baseado em Cingapura, está com grandes problemas. De acordo com a Bloomberg Canadá, a Polícia de Cingapura está investigando a plataforma sob a acusação de fraude e má conduta.
Assim como outros protocolos e empresas desse mercado, as operações do Hodlonaut ficaram sob estresse durante a queda do mercado. O protocolo sofreu após o colapso da Terra (LUNC) e, segundo estimativas, perdeu até U$ 190 milhões, pouco mais de R$ 1 bilhão em valores atuais.
Suspeitas de fraude
Conforme as informações da polícia, a investigação começou na quarta-feira (23) com vários relatórios alegando “falsas representações relacionadas à exposição da empresa a um determinado token digital”. Ou seja, o token LUNC (antigo LUNA), que colapsou no primeiro semestre de 2022.
O Hodlnaut interrompeu os saques em sua plataforma no mês de agosto, alegando problemas de liquidez. Depois, o protocolo confirmou que existem “processos pendentes” com a polícia de Cingapura, sem dar maiores detalhes.
No mês passado, o protocolo publicou um relatório afirmando que havia minimizado sua exposição ao colapso do ecossistema Terra. Contudo, o Hodlonaut ainda enfrenta problemas de liquidez e não deu datas para retomar os saques.
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Por isso, um tribunal de Cingapura nomeou gerentes judiciais interinos para lidar com o caso.
Regras regulatórias mais rígidas em Cingapura
Os reguladores de Cingapura estão apertando seu controle sobre o setor de criptomoedas do país, em face aos acontecimentos recentes. Afinal, tanto a Terra quanto seu criador Do Kwon tinham sede e residiam em Cingapura, respectivamente.
Isso aconteceu com a implosão do ecossistema Terra, que se espalhou rapidamente pelo mercado. O fundo Three Arrows Capital (3AC) faliu logo depois, junto com a Celsius Network. Mas o ápice do caso Terra foi a falência da FTX, uma das maiores da história das criptomoedas
No mês passado, a Autoridade Monetária de Cingapura (MAS) propôs uma estrutura regulatória para reduzir o risco dos investidores no comércio de criptomoedas. Nesse sentido, o MAS proíbe os investidores de varejo de usar cartões de crédito e emprestar fundos para negociação de criptomoedas.
Enquanto Cingapura cria regras rígidas, Hong Kong parece aproveitar essa oportunidade. Conforme relatos, é provável que Hong Kong volte a permitir o comércio de criptomoedas no país. Em meio à dinâmica de mudança da indústria cripto da Ásia, Hong Kong pode tirar alguns negócios de Cingapura.
“Não nos propomos a competir com outras jurisdições, especialmente na regulamentação. Temos que fazer o que é certo para nós, o que é necessário para conter os riscos. E os riscos são principalmente danos aos investidores de varejo”, disse o chefe do MAS, Ravi Menon.