A Lightning Labs, empresa que cuida do desenvolvimento da Lightning Network, divulgou um relatório em sua newsletter de quinta-feira (26). O documento traz os destaques de crescimento da Lightning no mundo e, entre eles, a contribuição de vários projetos brasileiros.
De acordo com a Lightning Labs, os grandes destaques do país foram o grupo Noderunners Brasil, o fundo Vinteum e a conferência Satsconf. Além disso, a empresa destacou a forte participação da América Latina, África e Ásia no crescimento global da Lightning em 2022.
Expansão de 50%
A newsletter começa destacando 2022 como um ano difícil para as criptomoedas, por causa das falências de grandes empresas. No entanto, a Lightning seguiu o caminho oposto e cresceu forte em termos de adoção.
Segundo o gráfico abaixo, a rede de segunda camada do Bitcoin (BTC) expandiu sua capacidade em 50% durante o ano passado. Nesse período, os nós da rede saíram de cerca de 3.000 BTC para 5.000 BTC em termos de capacidade de transações.
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Capacidade da Lightning em Bitcoin (linha azul). Fonte: Lightning Labs.
Grande parte desse crescimento ocorreu nos chamados países emergentes, sobretudo na África e América Latina. Por conta disso, a maioria dos projetos que visam expandir a capacidade da Lightning tiveram como foco exatamente estes mercados.
É o caso da Zebedee, carteira de BTC com suporte para a Lightning que tem como co-fundador o brasileiro André Neves. Outra carteira que registrou forte expansão no uso da Lightning foi a Wallet of Satoshi, que só realiza transações pela segunda camada.
De acordo com a Lightning Labs, os usuários da Wallet of Satoshi realizaram mais de 6 milhões de pagamentos desde o lançamento do aplicativo. Em apenas 68 dias, a equipe processou cerca de 1 milhão de pagamentos, com seus usuários realizando cerca de 20 mil pagamentos por dia.
Brasileiros em destaque
Mas as citações aos brasileiros começam logo na parte dos eventos, com a Lightning Labs destacando três grandes eventos realizados na América Latina em 2022. E em primeiro lugar, a empresa citou a Satsconf, evento que ocorreu no mês de novembro em São Paulo.
Organizado pelo Lucas Ferreira, brasileiro que faz parte da Lightning Labs, a Satsconf foi a primeira conferência do Brasil com foco totalmente no BTC. O evento reuniu nomes como o próprio Lucas, as criadoras da Área Bitcoin (Carol e Kaká), o brasileiro especialista em nós de Lightning Diego Kolling, entre outros participantes.
Kolling, aliás, foi citado duas vezes pela Lightning Labs. A primeira fez referência ao projeto Noderunners Brasil, cujo foco é ajudar as pessoas a instalarem e rodarem seus nós da Lightning Network. A segunda fez referência a um curso sobre este mesmo tema que Kolling ministrou em parceria com a empresa brasileira Paradigma Education.
“Nós, do Noderunners Brasil e a Paragidma Education aparecemos na última newsletter da Lightning Labs. Do Brasil para o mundo, vamos fazer a Lightning brilhar e mostrar quem somos!” disse Kolling no Twitter.
Educação e eventos
Já no setor de educação, a Lightning Labs destacou o Vinteum, fundo criado por brasileiros que apoia desenvolvedores que queiram contribuir com o desenvolvimento do Bitcoin Core. Como os desenvolvedores não recebem nada do Core, este fundo é voltado para fornecer bolsas e atrair talentos para melhorar a rede.
Por fim, a empresa também citou a Praia Bitcoin Brasil como referência de projeto brasileiro. O projeto, criado na comunidade de Jericoacoara (CE), está levando a adoção do BTC para a pequena comunidade local, inspirado no sucesso da praia de El Zonte, em El Salvador.
De fato, a Praia Bitcoin organizará o primeiro “carnaval bitcoiner”, evento que vai reunir vários palestrantes na vila entre os dias 18 e 22 de fevereiro. Nomes como o de Kolling e Lucas Ferreira estão entre os confirmados para o evento.