O FTX Recovery Trust moveu uma ação judicial contra a mineradora de Bitcoin Genesis Digital Assets (GDA) e seus cofundadores. A entidade responsável pela reestruturação da corretora de criptomoedas falida FTX busca a recuperação de US$ 1,15 bilhão.
Após a divulgação do processo, o preço do FTT, token nativo da ex-corretora FTX, registrou uma valorização acentuada. De acordo com o CoinGecko, a cotação saltou de aproximadamente US$ 0,80 para cerca de US$ 1,20, o que representa uma alta de 50% no período.
Investimentos suspeitos
O processo alega que o ex-CEO do FTX, Sam Bankman-Fried (SBF), utilizou fundos ilegitimamente desviados de clientes para realizar investimentos massivos e superfaturados na mineradora. De acordo com a ação, SBF adquiriu as participações na Genesis Digital Assets por meio da Alameda Research, empresa-irmã do FTX apontada como o veículo central para o desvio.
O truste alega que os valores pagos estavam “fora da realidade” e que os recursos eram uma mistura de dinheiro de clientes da corretora, utilizados de forma indevida. A Genesis Digital Assets representa um dos investimentos mais irresponsáveis de Bankman-Fried com fundos misturados e desviados.
Padrão de transferências fraudulentas
O processo caracteriza as transações como “transferências fraudulentas arquetípicas”. A justificativa é que, em 2021, SBF não tinha nada a perder pessoalmente ao fazer os investimentos. Embora Bankman-Fried tenha supostamente desviado os fundos dos clientes do FTX, a Alameda Research, da qual ele era dono de 90%, adquiriu as ações da GDA.
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Dessa forma, ele seria o maior beneficiário de uma eventual valorização da mineradora, enquanto os clientes da exchange suportavam todo o risco. A Genesis Digital Assets, que na época da transação tinha base no Cazaquistão e hoje possui data centers nos EUA e Europa, com sede em Dubai, se recusou a comentar o caso quando procurada pela imprensa.
Relembro o caso da FTX
A exchange faliu em novembro de 2022 após ser revelado que Bankman-Fried e seus principais associados geriam a empresa de forma criminosa. A principal irregularidade era o uso do dinheiro dos clientes para cobrir apostas financeiras de alto risco feitas pela Alameda Research.
Após a divulgação do esquema, houve uma corrida de saques que derrubou a plataforma, que na época era uma das maiores do mundo. Posteriormente, Sam Bankman-Fried foi preso, julgado e condenado em novembro de 2023 por sete acusações de fraude. Atualmente, ele cumpre uma pena de 25 anos de prisão em uma penitenciária no sul da Califórnia.