Em artigo distribuído à imprensa, Carlos Rodolfo Sandrini, arquiteto, urbanista e presidente do Centro Europeu, destaca como o desenvolvimento das Smart Cities vão impactar a sociedade e redefinir os padrões de relacionamento e emprego. Para ele, “essa evolução social e cultural promete gerar novo desejos, fazendo com que a cidade seja utilizada cada vez mais por prazer e promovendo ideais como inclusão, aproximação, conectividade, relacionamento e compartilhamento. O conceito aborda também a verticalização das cidades, com práticas sustentáveis e encurtando distâncias com soluções inteligentes de transporte, com o carro deixando de ser sonho de consumo; e uma transformação legislativa, que deverá possibilitar e encurtar caminhos para o desejo da maioria”.
De olho nesta revolução, em julho deste ano, a União Europeia aprovou formalmente a proposta +CityxChange, dentro do programa “Smart Cities and Communities”, que integra a ação “UE Horizonte 2020”, que visa tornar o continente líder na implementação de plataformas para cidades inteligentes. Entre os projetos selecionados, um que ganhou destaque foi apresentado pela Fundação IOTA, envolvendo desenvolvimento nas cidades de Trondheim, Limerick, Alba Iulia, Pisek, Sestao, Smolyan e Voru, que serão praticamente um “laboratório” de inúmeras soluções para tornar as cidades mais inteligentes e energeticamente eficientes.
Para Sandrini, as cidades inteligentes representam um avanço impressionante na forma atual como vivemos e utilizamos as cidades.
“Nas cidades inteligentes, o cidadão e os serviços essenciais estão conectados, utilizam energia limpa, reaproveitam a água, tratam o lixo, compartilham produtos, serviços e espaços, se deslocam com facilidade e usufruem de serviços públicos de qualidade. Além disso, a cidade inteligente cria laços culturais que une seus habitantes, propicia desenvolvimento econômico e melhoria da qualidade de vida”, disse.
Segundo ele, em busca do status de Smart City, cidades de todas as regiões do planeta investirão entre US$930 bilhões e US$1,7 trilhões ao ano até 2025. Porém, mais do que investimentos, a cidade para ser inteligente necessita de iniciativas inteligentes do poder executivo e legislativo.
“A iniciativa privada tem se reunido em fóruns mundiais, como o SmartCity Business America, para apontar soluções e oportunidades de negócios no mercado das Smart Cities. Entre as adaptações, que seguem o desejo da população, estão a adoção de conceitos e tecnologias sustentáveis; inclusão urbana, ao contrário do isolamento das periferias; educação agregadora para evitar a radicalização; foco total na educação presencial e inclusiva até os 18 anos; e planejamento urbano que contemple os espaços para ensino e educação, que hoje não é apenas uma questão acadêmica.”
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Além de blockchain, tecnologias como Big Data e Inteligência Artificial serão fundamentais para redefinir os usos que os cidadãos fazem da cidade.
“As novas tecnologias vão permitir, ainda, que as pessoas possam trabalhar em casa, além de não precisarem se deslocar para adquirir o básico ou resolverem problemas burocráticos. Não tem mais lógica as pessoas se dividirem diariamente entre dois ambientes (residencial e comercial). Assim como não existe lógica no horário comercial padrão. Por qual motivo a maioria das pessoas é obrigada a se deslocar nos mesmos horários? Veremos, em breve, o fim dos prédios comerciais como conhecemos. Já os prédios residenciais ganharão novos conceitos e funcionalidades”, diz Sandrini.