O presidente do Banco Central do Brasil, Ilan Goldfajn, falou, em evento realizado nesta segunda-feira, 16 de outubro, em São Paulo, sobre os riscos das operações de Bitcoin, possibilidades de formação de bolha financeira e pirâmide, o posicionamento do governo em relação às fintechs e revolução digital.
Durante o evento promovido pela Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio, Indústria e Agricultura (Italcam), Goldfajn expôs a dinâmica de valorização da moeda digital como um ativo sem lastro que atrai indivíduos pela promessa de valorização e que quanto mais pessoas compram mais o preço sobe de fato. E finalizou comentando que tal dinâmica é típica de bolha ou pirâmide, existentes na economia há bastante tempo.
O presidente do Banco Central foi questionado sobre fintechs, revolução digital e criptomoedas no geral. Suas respostas reforçaram o interesse do Banco Central em evitar a formação de bolhas ou aceitação de pagamentos ilícitos.
O ponto central para os preços dos ativos subirem é que a economia global está crescendo. A economia global vai crescer quase 4% e o juros é zero. Essa combinação é imbatível, comentou Godfajn em relação às discussões sobre uma suposta formação de nova bolha financeira devido ao alto preço dos ativos digitais.
Godfajn acredita que o simples fato de questionarem a existência ou não de uma bolha financeira já “coloca um freio nos excessos e tenta evitar um pouco exageros“. E comenta que depois da crise financeira de 2008 a preocupação com bolhas financeiras é assunto recorrente.
O chefe do Banco Central comentou que o banco tem preparado uma regulamentação para as empresas de tecnologia financeira, depois de ter sido questionado sobre um posicionamento em relação a recente pesquisa realizada pelo banco norte-americano Goldman Sachs que mostra que os bancos devem perder quase US$5 trilhões para a indústria de fintechs.
O líder da instituição financeira do governo brasileiro disse acreditar em uma revolução digital que proporcionará ganho de eficiência e produtividade, e que isso deve refletir nas taxas de inflação de todo o mundo.