Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, protocolou, junto à Organização Mundial do Comércio (WTC, na sigla em inglês) um processo contra as medidas adotadas pelo governo do presidente norte-americano Donald Trump em relação a produtos e serviços venezuelanos, entre eles, o controverso projeto da criptomoeda “El Petro”, que tem enfrentado inúmeros questionamentos não apenas entre governos mundiais, mas entre grande parte da comunidade de desenvolvedores e especialistas em criptoativos.
No processo, que foi protocolado na instituição multilateral por diplomatas de Caracas, Maduro alega que as medidas adotadas pelo presidente norte-americano são incompatíveis com as normas do comércio global acordadas entre os membros da WTC e tem como objetivo isolar economicamente a Venezuela. Maduro aborda com destaque os decretos que impedem transações financeiras com a criptomoeda Petro, desenvolvida pelo governo como um contrato inteligente na blockchain da NEM, mas que, apesar dos anúncios e esforços do governo, não tem ganho qualquer credibilidade nem junto à população do país, nem na comunidade internacional.
Segundo o jornal Estado de São Paulo, nos próximos dois meses, venezuelanos e norte-americanos terão de promover reuniões bilaterais na WTC para tratar do assunto. Caso não haja acordo, a entidade convocará três especialistas para julgarem as medidas norte-americanas e avaliarem se a queixa da Venezuela procede. Caso Maduro saia como vencedor, o governo de Trump seria obrigado a rever suas medidas.
Nos últimos meses, porém, a Casa Branca tem deixado claro que quer uma reforma completa do sistema de disputas na WTC, alegando também que assuntos de segurança nacional não podem ser tratados pela entidade. Além disso, é pouco provável, segundo levantamento feito pelo Criptomoedas Fácil, que a WTC tome qualquer decisão a favor da Venezuela, sendo que não há consenso ainda entre os governos sobre a validade de uma criptomoeda emitida pelo Estado e muito menos sobre as reais intenções do governo venezuelano no projeto.