Heath Tarbert, presidente da Comissão de Negociação de Futuros e Commodities dos EUA (CFTC, na sigla em inglês), afirmou que ainda é cedo para dar uma classificação definitiva para a criptomoeda do Facebook, a Libra.
Tarbert, que participa da conferência de liderança financeira global do Grupo CME, abordou a atual posição regulatória dos EUA sobre criptomoedas e blockchain e a posição global do país em relação à tecnologia. Ele também comparou o Bitcoin, que a CFTC classificou como uma commodity, com a Libra no seu estágio atual de desenvolvimento – a criptomoeda está prevista para ser lançada em 2020.
O Bitcoin existe há 10 anos, é bem entendido e a CFTC é “capaz de classificá-lo não como um valor mobiliário, mas como uma commodity”, disse ele. A Libra, por outro lado, é um “produto fundamentalmente diferente” e que requer mais pesquisas e questionamentos.
“A Libra está se desenvolvendo e há um monte de perguntas sem resposta – e também a maneira como está estruturada, vinculando-a diretamente a um conjunto de moedas nacionais. Trata-se de um produto muito diferente”, disse ele.
O ex-presidente da CFTC Gary Gensler já havia argumentado que a Libra deveria ser realmente regulamentada como valor mobiliário. Ainda assim, uma decisão da CFTC sobre o status da Libra provavelmente terá que esperar até que a stablecoin – que será atrelada ao dólar americano, euro, iene, libra esterlina e dólar de Cingapura – seja lançada. Isso se o projeto responder aos desafios regulatórios enfrentados até agora.
Destacando que ainda é muito cedo para classificar a moeda digital quando ainda está em obras, o cocriador do Libra David Marcus também disse que a stablecoin pode abandonar sua cesta de moedas e se dividir em múltiplas stablecoins.
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Em outra parte da entrevista, Tarbert admitiu a percepção de que os EUA não são vistos como líderes globais quando trata-se de regulamentação da tecnologia blockchain.
“Não acho que estamos no topo da lista, mas talvez não estejamos no fundo. Acho que a Associação Libra é um bom exemplo disso. Eles poderiam ter escolhido qualquer lugar do mundo para se estabelecer. Eles escolheram a Suíça. Meu entendimento é que uma segunda opção foi Cingapura”, destacou.
No entanto, Tarbert disse que está trabalhando para garantir que os EUA sejam um líder global, uma vez que os custos serão altos se o país ficar para trás nessa corrida.
“Acho que quem acabar liderando essa tecnologia acabará escrevendo as regras da estrada para o resto do mundo”, disse ele.
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