A agência anticorrupção da Argentina inocentou o presidente Javier Milei das acusações relacionadas à promoção da memecoin LIBRA. O órgão divulgou a decisão em um relatório na sexta-feira (6), mas uma investigação criminal sobre o caso ainda continua.
Memecoin LIBRA e Milei
Em 14 de fevereiro, Milei utilizou sua conta pessoal no X para promover a LIBRA. Ele a descreveu como um projeto voltado para o financiamento de pequenas e médias empresas argentinas. Sua publicação incluía o endereço do contrato blockchain do token, o que levou a um aumento imediato no valor da moeda.
Em questão de horas, a memecoin LIBRA atingiu uma capitalização de mercado de aproximadamente US$ 4,5 bilhões, antes de sofrer uma queda abrupta de mais de 90%, resultando em perdas significativas para investidores .
A rápida valorização e subsequente colapso do token levantaram suspeitas de um esquema de “pump-and-dump“, no quais os criadores da moeda teriam lucrado com a venda de seus holdings após o pico de valorização, deixando milhares de investidores com prejuízos estimados em US$ 251 milhões.
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Decisão da agência
A agência anticorrupção argentina afirmou que Milei promoveu a LIBRA em “capacidade pessoal“, já que ele criou sua conta no X antes de se tornar presidente e a usava para expressar opiniões como economista, não como representante do governo.
Além disso, o relatório destacou que não houve uso de recursos públicos ou qualquer endosso institucional ao projeto.
Alejandro Melik, diretor da agência, afirmou que Milei estava exercendo seus direitos civis e políticos ao compartilhar informações sobre a LIBRA, e que sua postagem não configurou uma violação das leis de ética pública.
Desdobramentos
O escândalo, apelidado de “Cryptogate” no país, levantou questões sobre o envolvimento de Hayden Davis, um empresário estadunidense ligado ao lançamento da LIBRA. Mensagens vazadas sugeriram que Davis teria influência sobre Milei por meio de pagamentos à irmã do presidente, Karina Milei, algo que ambos negaram.
O presidente Javier Milei criou esta segunda unidade de investigação. Ele mesmo havia instituído a primeira logo após o escândalo, mas a dissolveu quando um juiz pediu a quebra do sigilo bancário dele e de sua irmã, Karina Milei.
Apesar da absolvição administrativa, o caso ainda está sendo investigado por um tribunal criminal federal, que analisa possíveis irregularidades financeiras e conflitos de interesse. Além disso, há processos judiciais movidos por investidores na Argentina, Estados Unidos e Europa, que acusam Milei e os criadores da memecoin LIBRA de fraude e negligência.