A Polícia brasileira intensificou o combate a operações ilegais envolvendo criptomoedas. Nesta semana, apreendeu cerca de 200 máquinas clandestinas de mineração de Bitcoin. As operações revelam o avanço de grupos que utilizam equipamentos de alto valor para lavar dinheiro, furtar energia e burlar a fiscalização aduaneira.
A maior apreensão ocorreu durante a Operação Endpoint, deflagrada pelo Gaeco do Ministério Público do Ceará. A ação, realizada na terça-feira, teve apoio de equipes de Alagoas, Santa Catarina, Polícia Civil, Perícia Forense e do Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério da Justiça.
No total, os agentes recuperaram aproximadamente 200 máquinas de mineração que funcionavam com energia elétrica furtada, além de mais de R$ 50 mil em espécie.
Apreensão de equipamentos
A investigação apontou uma estrutura criminosa altamente organizada, que atuava simultaneamente em pirataria de conteúdo audiovisual, lavagem de dinheiro e exploração clandestina de energia. Desse modo, os agentes cumpriram 19 mandados de busca e apreensão em Fortaleza, Eusébio, Maracanaú, Caucaia e Chorozinho, além de endereços em outros estados. Dos cinco mandados de prisão preventiva expedidos, três foram cumpridos e dois suspeitos permanecem foragidos.
De acordo com o coordenador do Gaeco, Adriano Saraiva, a operação encontrou evidências de ligação entre mineradores de criptomoedas e investigados envolvidos em pirataria digital, o que reforça a suspeita de que o grupo usava a mineração como fachada para movimentações financeiras ilícitas. Além disso, a Enel, concessionária de energia, também participou da ação para confirmar o furto de eletricidade utilizado para alimentar as máquinas.
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Além das apreensões, a operação suspendeu atividades de 14 empresas investigadas, bloqueou domínios de internet, derrubou perfis utilizados para captar clientes e autorizou o bloqueio de R$ 12 milhões nas contas dos envolvidos. Entre os sites ilegais retirados do ar estão plataformas de streaming pirata como “DezPila” e “Tyflex”.
Mineração de Bitcoin
Enquanto isso, em outro caso relatado pelo CriptoFácil, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu 14 máquinas de mineração de criptomoedas na Rodovia Presidente Dutra, no trecho de Itatiaia, no sul do Rio de Janeiro. O material estava dentro de um veículo conduzido por um jovem de 20 anos, que não possuía habilitação. O motorista afirmou que levaria os equipamentos para Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Durante a abordagem, os agentes constataram que os aparelhos, do tipo Antminer, vinham do exterior e não tinham qualquer documentação fiscal, nem comprovante de recolhimento de impostos. Assim, a PRF acionou a Receita Federal, que confirmou a irregularidade.
Como a legislação brasileira proíbe a importação de equipamentos usados e exige nota fiscal de importação, os agentes determinaram o recolhimento imediato das máquinas. O caso foi encaminhado para a Divisão de Repressão ao Contrabando e Descaminho.