Com a eleição presidencial dos Estados Unidos se aproximando, as plataformas de previsão e apostas eleitorais, como a Polymarket, ganham destaque. Usuários investiram bilhões em apostas sobre o vencedor da disputa, que atualmente aponta o ex-presidente Donald Trump com 67% de chance de vitória. No entanto, investigações recentes lançam dúvidas sobre a transparência dos dados da Polymarket, com indícios de manipulação do volume de transações.
Faltando poucos dias para a eleição, a Polymarket enfrenta acusações de possíveis fraudes em suas métricas de apostas. Em uma análise publicada em 31 de outubro, a Chaos Labs e a empresa de análises Inca Digital identificaram indícios de wash trading. Trata-se de uma prática em que transações de alto volume ocorrem sem intenção genuína de mercado. O objetivo é inflar artificialmente a atividade e o volume de negociações.
Esse tipo de manipulação é preocupante. Afinal, pode distorcer as chances de vitória apresentadas na plataforma, que aponta Trump como favorito com 67% das apostas.
De acordo com os investigadores, cerca de um terço do volume de negociações na Polymarket pode ser resultado de wash trading. A análise da Inca Digital também sugere que uma “parte significativa” dessas apostas apresenta sinais de manipulação, questionando a integridade dos dados apresentados pela Polymarket.
O volume de apostas na eleição presidencial alcançou US$ 2,7 bilhões, mas, com as suspeitas de manipulação, a credibilidade das previsões da plataforma sofre abalos significativos.
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Grandes apostadores na Polymarket
Além da manipulação de volume, a Polymarket enfrenta críticas por conta de “whales” – grandes investidores – apostando somas significativas a favor de Trump.
Entre esses grandes apostadores, estão contas como Fredi9999, Theo4, PrincessCaro e Michie, que, segundo a empresa, estão ligadas a um bilionário francês, embora o nome desse investidor permaneça em sigilo. Essas contas acumularam apostas de cerca de US$ 50 milhões, levantando questões sobre o impacto das grandes apostas na direção das previsões da plataforma.
Em resposta, a Polymarket afirmou que a plataforma preza pela transparência. No entanto, as suspeitas de wash trading e a presença desses grandes apostadores alimentam preocupações sobre a possível influência que as previsões podem exercer no público. As chances de vitória amplamente favoráveis a Trump, se infladas artificialmente, podem impactar a percepção dos eleitores, afetando a confiança no resultado da disputa.
A Polymarket, que opera em um ambiente de apostas para eventos de grande impacto, como eleições presidenciais, ocupa uma posição delicada. As plataformas de previsão de resultados podem influenciar o sentimento do público em relação a uma eleição, moldando expectativas e, possivelmente, afetando o comportamento de eleitores.
Se as alegações de manipulação forem confirmadas, isso poderá levantar novas discussões sobre o papel e a regulação de plataformas de previsão de eventos políticos.
