Na pequena cidade de São Lourenço, no interior de Minas Gerais, a tecnologia blockchain se desenvolve na forma de negócios inovadores para a região.
E foi nesse contexto que surgiu a plataforma MyAlice. Criada pelo desenvolvedor Diego Vellasco, nome bastante conhecido na comunidade de criptomoedas (também responsável pela criação de plataformas como a ChameleonBit e a CrowdBit) e pelo seu sócio, Jean Kássio, a plataforma busca revolucionar a forma como são feitas as operações de arbitragem com criptomoedas, fornecendo segurança e automação total.
E para falar sobre a plataforma, conversamos com Diego Vellasco, CEO da MyAlice, e obtivemos mais informações de como ela funcionará.
Arbitragem descentralizada
De acordo com Vellasco, a ideia da MyAlice surgiu após um episódio que envolveu o vazamento de dados dos clientes de uma grande empresa de criptomoedas brasileira.
“Oferecemos o MyAlice para a empresa como uma solução com total transparência. A própria empresa faria as negociações com operadores treinados por nós. O sistema seria da empresa, porém a transparência das operações seria garantida para os clientes”, afirmou Vellasco.
A solução permitiria uma auditoria transparente para todos os clientes. Com a recusa da empresa em adquirir o sistema, Vellasco juntou-se com seu sócio, Jean Kássio, e resolveram lançar a plataforma por conta própria. A plataforma passou a ter duas preocupações em mente: liberdade do usuário e segurança dos dados.
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“Primeiro focamos em LIBERDADE do usuário e SEGURANÇA dos dados. Nenhum dado deve ser salvo que leve até o cliente e o exponha em caso de ‘vazamento de dados’. Além disso, a plataforma não solicita quaisquer dados pessoais do usuário – o login é feito via Facebook.”
Formas de negociação
A plataforma MyAlice possui três formas de negociação: sinais, arbitragem e o sistema autônomo da plataforma.
A parte de sinais avalia o mercado através de uma série de exchanges (nacionais e internacionais) listadas. Avalia o mercado, a forma de operar do usuário e várias informações. Na parte das exchanges, os gráficos avaliados cobrem períodos de 12 horas até 3 dias, divididos em períodos de 5 minutos. Com esses dados, a plataforma consegue indicar para o usuário pontos de compra, venda e recompra. Ela também mostra níveis de risco de cada operação e pontos de stop. essa parte possui blocos de pares, como BTC/BRL e também com outras criptomoedas.
Na arbitragem, as operações de arbitragem se dividem em 3 tipos – nacional, internacional e intraexchange. As nacionais envolvem compra e venda nas exchanges brasileiras. As internacionais, compra em exchanges de fora, com uma oferta maior de pares. A mais interessante, porém, é a intraexchange, operações dentro da mesma exchange.
Segundo Vellasco, essa operação permite que, em uma exchange como a Poloniex, por exemplo, o usuário programe um ciclo de operação de Bitcoin > Eth > USDT > XMR > USDT > BTC. Essa operação de loop faz com que o usuário receba a moeda original (no caso, Bitcoin) com lucro, operando na mesma exchange. De acordo com o CEO da MyAlice, é possível fazer até 10 saltos com moedas através dessa funcionalidade. Esse sistema possui a funcionalidade de ser ativado apenas com um clique, facilitando a operação.
O painel de operadores faz parte do sistema autônomo da plataforma, e foi pensado para quem possui grupos de trading. Esses grupos poderão ter uma conta dentro da plataforma e também permitir o ingresso de qualquer membro no painel. Com isso, o operador do painel poderá fazer as operações automaticamente para qualquer usuário.
Além dos painéis individuais, a MyAlice também terá um painel central no qual a pessoa poderá “aplicar” criptomoedas nas mãos da plataforma. O limite para esse painel, por usuário, será de 0.1 BTC aplicados. Vellasco afirma que a medida tem como objetivo garantir a segurança nas operações próprias da empresa.
“O painel central verificará o mercado de tempos em tempos e fará operações por conta própria. Caso o usuário queira deixar uma quantidade maior de moedas, poderá fazer isso na sua própria conta ou através de uma plataforma de alguém de sua confiança. No painel central, o limite será de 0.1 BTC.”
Além do limite de segurança, os valores ficarão em uma conta separada, poderão ser acompanhados pelo usuário e retiradas de fundos poderão ser feitas a qualquer momento.
Planos e preços
Os planos da MyAlice são divididos em blocos de transações. Cada bloco equivale a uma transação, sendo que a empresa possui uma quantidade de blocos que o usuário pode operar por dia. Por exemplo, uma transação de Bitcoin para Monero equivale a um bloco gasto.
Os blocos e os valores mensais de pagamento são os seguintes:
- O plano gratuito permite a operação de 3 blocos diários
- O plano de 6 blocos, custa R$9,90
- O plano de 12 blocos, custa R$29,90
- O plano de 15 blocos, custa R$39,90
Mesmo com planos pagos, a plataforma registrou uma boa quantidade de usuários. Segundo Vellasco, quase 300 pessoas solicitaram cadastro na plataforma e o acesso à compra dos planos.
“Atualmente, temos cerca de 4000 tokens vendidos na plataforma.”
Tokens
Além das operações de arbitragem, a MyAlice também possui os seus tokens. Eles podem ser utilizados para adquirir produtos na plataforma, obter descontos ou mesmo para resgate pelo usuário.
Esses tokens, de acordo com Vellasco, representarão 10% de todos os valores arrecadados pela empresa.
“Dos valores com taxas e mensalidades que arrecadarmos, 10% irão para uma carteira separada, representando os tokens.”
Mantendo os tokens dentro da plataforma, o usuário irá dispor de benefícios adicionais e também se beneficiar com a valorização futura deles. No momento, eles podem ser negociados na SingularX, a exchange da SingularDTV.
Vantagens
A grande vantagem da MyAlice é que o próprio usuário é responsável por fazer as operações em sua conta. A plataforma fornece os sinais de compra e venda, mas a decisão de seguir a operação é feita pelo usuário.
Outra vantagem é que a plataforma não salva dados pessoais do usuário no sistema. Ela salva apenas dados criptografados, de forma semelhante a um hash de um bloco. Se dados forem vazados, não há como adquirir nenhuma informação inteligível para decifrar facilmente.
“A única coisa que recomendamos é que os usuários criem um e-mail específico para a plataforma, para que possa criar a autenticação 2FA. Recomendamos que crie um e-mail específico para operar na MyAlice, para aumentar a privacidade do usuário”, pontuou Vellasco.
Como o login é feito via Facebook, existe também a preocupação de que o usuário tome cuidado com o seu perfil.
“Caso a pessoa perca acesso ao Facebook e não tenha cadastrado o e-mail de segurança, então ela perderá acesso a conta.”
A plataforma MyAlice, caso seja bem sucedida, tem potencial para mudar bastante o mercado de arbitragem automatizada no Brasil. No momento, a plataforma está em versão beta – o roadmap da plataforma pode ser acompanhado aqui.