A Polícia Federal informou à Justiça que não há mais necessidade de manter em custódia dois dos quatro hackers presos por invadirem contas do Telegram de autoridades brasileiras ligadas à Lava Jato. Agora, segundo a reportagem do Jornal Estado de São Paulo, a PF está focada em apurar indícios encontrados nas mensagens de que os hackers receberam em Bitcoin ou dólares para realizar os ataques.
Walter Delgatti Neto, descrito como líder do grupo, confessou ter invadido o celular das autoridades e repassado o pacote de mensagens ao site The Intercept, mas nega ter recebido qualquer pagamento.
Embora a PF ainda não tenha encontrado criptomoedas ou outro tipo de valor que possa ser atrelado a pagamentos em troca das invasões, os investigadores encontraram conversas dois meses antes do início das invasões, nas quais Neto diz frases como “acabou a tempestade”, “veio a bonança”, que para a PF estão relacionadas com o caso.
Segundo o Estadão, a conversa consta num relatório de 13 páginas e por meio destas frases, Neto poderia estar comemorando a venda das mensagens ao site de notícias. A conversa entre os dois é acompanhada pela descrição “@chefedeestado”.
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora
Procurada, a defesa de Neto afirmou que, até o momento, a PF não apresentou nos autos os supostos arquivos acessados pelo seu cliente.
“Considerando todo material apreendido há mais de um mês, tempo hábil para o delegado apresentar provas concretas dos supostos acessos, uma mera tentativa de acesso, sem comprovação de invasão, com cópia de dados, não justifica o acautelamento provisório. Ressalte-se que Walter Delgatti Neto é estudante de Direito e até o momento não apresentou nenhum risco à continuidade das investigações, sempre colaborando com a autoridade policia”, afirmaram os advogados.
Leia também: Deputado convoca Glenn Greenwald para falar sobre possível pagamento em Bitcoin para hackers