A Polícia Federal deflagrou nesta semana a Operação Fantasos, contra a Trade Coin Club. De acordo com o comunicado da PF, a ação tem como objetivo desmantelar um esquema internacional de pirâmide financeira e lavagem de dinheiro envolvendo criptomoedas.
A ação ocorreu nas cidades de Petrópolis e Angra dos Reis, com o cumprimento de 11 mandados de busca e apreensão. A Justiça Federal também determinou o bloqueio de bens e valores que somam R$ 1,6 bilhão, equivalente ao montante arrecadado pelo esquema fraudulento.
O principal investigado é Douver Torres Braga, de 48 anos, fundador do Trade Coin Club (TCC). Entre 2016 e 2018, Braga promoveu o TCC como uma plataforma de investimentos em criptomoedas que prometia rendimentos mensais de até 11%.
A empresa alegava utilizar um “robô de microtransações massivas” para gerar lucros. No entanto, as autoridades identificaram que o TCC operava como um esquema Ponzi. Ou seja, os retornos pagos aos investidores antigos provinham dos aportes de novos participantes, sem qualquer atividade real de negociação de criptoativos.
A investigação revelou ainda que o TCC atraiu mais de 100 mil investidores em diversos países, arrecadando cerca de 82 mil Bitcoins, avaliados em aproximadamente US$ 295 milhões na época. Braga teria desviado pelo menos 8.396 Bitcoins para contas pessoais, o que representava cerca de US$ 55 milhões.
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Trade Coin Club é alvo da Polícia Federal
Após o colapso do esquema, Braga, que morava na Flórida, fugiu para o Brasil, onde continuou a lavar dinheiro por meio da criação de empresas de fachada e aquisição de bens de alto valor. As autoridades identificaram a compra de 139 imóveis, além de carros de luxo, embarcações e relógios caros, adquiridos com recursos ilícitos.
A Interpol prendeu Braga na Suíça, em fevereiro deste ano, enquanto ele tentava embarcar em um voo. Em seguida, as autoridades o extraditaram para os Estados Unidos, onde ele enfrenta 13 acusações de fraude eletrônica e conspiração. Em audiência no Tribunal Distrital de Seattle, Braga se declarou inocente.
A Operação Fantasos contou com a colaboração de agências norte-americanas, incluindo o FBI (Federal Bureau of Investigation), o HSI (Homeland Security Investigations) e o IRS-CI (Internal Revenue Service Criminal Investigation). O objetivo agora é identificar outros envolvidos no esquema e recuperar ativos adquiridos com recursos ilícitos.
Nesta semana, uma outra operação deflagradas em Minas Gerais resultou na prisão de uma quadrilha acusada de operar um esquema criminoso envolvendo sonegação fiscal, agiotagem e lavagem de dinheiro com criptomoedas.