A Polícia Federal anunciou o início da segunda fase da Operação Fantasos, que investiga os desdobramentos do caso do Trade Coin Club – um esquema de pirâmide com criptomoedas que surgiu no Brasil e se transformou em uma rede internacional de lavagem de dinheiro.
O brasileiro Douver Torres Braga é o principal investigado. Ele comandou o esquema criminoso entre 2016 e 2018. Ele divulgava o clube como uma plataforma exclusiva de trading, que supostamente garantia aos participantes acesso a um robô capaz de realizar microtransações em larga escala. Posteriormente, as autoridades descobriram que se tratava de uma grande fraude.
Esquema pirâmide com criptomoedas
Segundo as investigações, os responsáveis pelo Trade Coin Club (TCC) usavam o dinheiro dos investidores para pagar outros participantes do esquema (modelo Ponzi). Eles utilizavam a outra parte dos recursos para adquirir iates, carros de luxo, relógios, joias, criptomoedas e para contratar promotores encarregados de divulgar a plataforma.
Os investigadores identificaram que o Trade Coin Club operava como um esquema de pirâmide, no qual os criminosos enganavam as vítimas com promessas de lucros irreais. Nesse tipo de fraude, os valores arrecadados de novos investidores são usados para pagar retornos fictícios aos participantes antigos, criando, assim, uma pirâmide financeira que depende constantemente de novas vítimas para se sustentar.
No caso do Trade Coin Club, eram oferecidos ganhos de até 11% ao mês. Ao longo de dois anos, o esquema lesou mais de 100 mil investidores em diversos países, causando um prejuízo que hoje ultrapassa US$ 8 bilhões.
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Prejuízo bilionário
De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), os investidores enviaram aproximadamente 82 mil Bitcoins aos criminosos – o equivalente a US$ 295 milhões na cotação da época. Com a valorização da criptomoeda (hoje acima de US$ 100 mil), o prejuízo atualizado supera os US$ 8 bilhões.
A Interpol prendeu Torres na Suíça em fevereiro deste ano e o extraditou para os Estados Unidos, onde ele permanece detido. Em abril, a Polícia Federal deflagrou a primeira fase da Operação Fantasos, cumprindo 11 mandados de busca e apreensão em Petrópolis e Angra dos Reis. Na ocasião, as autoridades confiscaram iates, carros de luxo, joias, relógios, dinheiro em espécie, criptomoedas e outros bens vinculados à organização criminosa.
Nesta segunda fase, as diligências concentram-se em endereços comerciais e residenciais ligados aos investigados, localizados no Rio de Janeiro, Niterói, Petrópolis e Duque de Caxias. Ao todo, estão sendo cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de ativos no valor de R$ 1,5 bilhão, determinado pela Justiça Federal.