Em fevereiro deste ano, o presidente venezuelano Nicolás Maduro anunciou o lançamento do Petro, uma moeda digital controversa apoiada pelas reservas de petróleo do país. Esta semana, de acordo com o Diário Oficial da Venezuela, foi ordenado que o token seja aceito como moeda legal para todas as transações envolvendo instituições governamentais – de ministérios a aeroportos, impostos, taxas e outras necessidades públicas, dentro de 120 dias.
De acordo com o artigo da News BTC, agência de notícias especializada no universo cripto, o Tesouro da Criptomoeda do país será encarregado de supervisionar todos os aspectos do plano, desde a liberação dos tokens até o comércio, de acordo com o boletim publicado em 9 de abril. O governo nomeou Abrahan Landaeta para chefiar o Tesouro da Criptomoeda e Anthoni Camilo Torres como chefe de corretoras de criptomoedas.
O decreto tem o objetivo de ajudar a trazer o Petro para o uso diário, mas uma série de desafios pode dificultar a prática da política de criptomoedas, já que muitos aspectos do token continuam sendo um mistério. De fato, alguns sites de classificação de criptomoedas já julgaram ser uma farsa: a Bitfinex, agência exchange baseada em Hong Kong, recentemente, se recusou a listar o Petro, argumentando que a moeda digital oferece “utilidade limitada” e que listar a primeira moeda digital já emitida por um Estado “poderia ser interpretada como uma tentativa de contornar sanções legítimas contra o governo”.
Com o Petro, a Venezuela está buscando aproveitar o entusiasmo global pelos ativos baseados em blockchain para tirar sua economia de uma das recessões mais profundas do mundo. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a inflação do país atinja 13.000% até o final do ano, enquanto a economia deverá contratar 15%.
Como parte do esforço nacional para impulsionar o Petro, foi aberto um registro nacional virtual de mineradores, e “zonas Petro”, onde os tokens serão aceitos, criados em destinos turísticos populares ao longo da fronteira oeste do país. Em um discurso na semana passada, Maduro disse que o país comprou 30 ambulâncias usando a moeda digital.
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Apesar da apreensão no espaço das criptomoedas, no mês passado, Maduro disse que a Venezuela recebeu ofertas de até US$5 bilhões de países como China, Rússia e México pelos tokens. Até agora, há poucas evidências que comprovem isso.
De acordo com a revista internacional Time, há evidências que sugerem que o Petro foi levado criado por oficiais russos, banqueiros e empresários. A teoria é que a Rússia e a Venezuela querem usar a moeda digital como um experimento para driblar as sanções dos EUA contra os dois países.
O presidente Donald Trump, acreditando que o Petro é simplesmente uma extensão do crédito ao governo venezuelano, emitiu uma ordem proibindo os cidadãos norte-americanos de se envolverem em transações usando o token. O Departamento do Tesouro declarou:
“Outra tentativa de apoiar o regime de Maduro, enquanto saqueia ainda mais os recursos do povo venezuelano.”
Apesar do lançamento do Petro como sua própria criptomoeda nacional, há uma demanda crescente por Bitcoin na Venezuela. Em março, um novo recorde foi estabelecido para o comércio de Bitcoin no país, com um valor total de mais de 1 trilhão de bolívares em Bitcoins sendo negociados. O país é atormentado pela inflação maciça, que obriga o povo venezuelano a encontrar maneiras alternativas de armazenar valor.