O receio e desconfiança com a criptomoeda do Facebook não está restrito aos principais governos do mundo. Duas pesquisas divulgadas recentemente apontam que o público também vê a Libra com desconfiança.
As pesquisas foram realizadas entre os habitantes dos Estados Unidos e da Alemanha. Ambas tinham como objetivo identificar a opinião das pessoas sobre a criptomoeda do Facebook e, no caso dos EUA, sobre o Bitcoin. E mostraram resultados semelhantes entre os pesquisados.
Estados Unidos: Bitcoin é mais confiável que a Libra
Nos Estados Unidos, uma pesquisa da CivicScience com 1.799 adultos realizada desde o lançamento do whitepaper do Facebook, em meados de junho, descobriu que apenas 2% dos entrevistados acreditavam que a Libra e sua carteira Calibra mereciam mais confiança do que o Bitcoin.
Em comparação, 40% dos respondentes disseram confiar mais na criptomoeda de Satoshi Nakamoto, enquanto 19% disseram que confiariam nas duas criptomoedas. No entanto, menos de 10% realmente compraram criptomoedas, observou a CivicScience.
A pesquisa mostrou que as pessoas na faixa etária dos 18 aos 24 anos possuem maior interesse (30%) na Libra. A segunda maior faixa etária foi a faixa entre 25 e 29 anos, dos quais 18% expressaram interesse. Apenas 7% do grupo com mais de 65 anos tiveram algum interesse pela Libra.
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Alemanha: 70% desconfiam da Libra
Já na Alemanha, uma pesquisa realizada pela associação financeira alemã Bürgerbewegung Finanzwende em 23 de julho, não comparou o Bitcoin e a Libra. Ao invés disso, ela buscou avaliar a confiança dos alemães apenas na criptomoeda do Facebook.
Mesmo assim, os resultados também foram reveladores. Dos 2.093 cidadãos entrevistados, cerca de 71% são céticos em relação à Libra, enquanto apenas 12% enxergam a criptomoeda com bons olhos. Apenas 17% afirmaram não ter uma opinião formada sobre a stablecoin do Facebook.
Queda na reputação do Facebook
O fraco histórico do Facebook em preservar a privacidade de seus usuários, como o escândalo da Cambridge Analytica, também ficou evidente nos resultados de ambas pesquisas.
Nos EUA, 77% dos entrevistados disseram que não confiam no acesso do Facebook aos seus dados pessoais. Apenas 2% disseram que confiam muito no Facebook.
Entre os alemães, os números foram mais negativos. 52% dos entrevistados apontaram que o impacto do Facebook na sociedade é problemático, e mais de um quarto (26%) afirmou acreditar que um maior crescimento da empresa aumentaria ainda mais sua influência negativa.
Recentemente, o Facebook foi condenado a pagar uma multa de US$5 bilhões por causa do escândalo dos dados da Cambridge Analytica. A empresa teria utilizado dados de usuários da rede social para influenciar as eleições presidenciais norte-americanas e o referendo de saída do Reino Unido da União Europeia, o “Brexit”.
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