Desenvolvida para funcionar como um layer de suporte para a rede Bitcoin, processando transações de forma mais descentralizada, rápida, barata e fora da cadeia principal, para ganhar escalabilidade, a Lightning Network vem se desenvolvendo, mas como uma camada mais “centralizada”.
Segundo um nova pesquisa divulgada por Jian-Hong Lin, Kevin Primicerio, Tiziano Squartini, Christian Decker e Claudio J. Tessone e intitulada “Lightning Network: um segundo caminho para a centralização da economia Bitcoin“, a LN tem uma “desigual distribuição de riqueza”, com uma porcentagem menor de nós na rede, acumulando gradualmente uma proporção maior de Bitcoin.
Os autores destacaram também que apenas 10% dos nós controlam cerca de 80% dos fundos da rede e alertaram que a situação cria espaço para interrupções. Se a maior parte do Bitcoin for mantida principalmente em alguns nós, isso poderá tornar a rede mais vulnerável a ataques, pois a remoção desses nós de roteamento deixaria lacunas.
“A remoção de hubs leva ao colapso da rede em muitos componentes … sugerindo que essa rede pode ser um alvo dos chamados ataques de divisão”, potencialmente levando à divisão da LN pela metade.
Christian Decker, um dos engenheiros da LN, membro da Blockstream e um dos autores do artigo, declarou, contudo, que a situação não deve ser ‘permanente’ e que, ao longo do tempo, este ‘gap’ deve diminuir. Isso porque, atualmente, a maioria dos canais são criados por desenvolvedores e empresa do setor o que favorece a concentração de poder nestes atores.
“Não podemos (e não devemos) forçar os usuários a investir tempo e esforço para executar um nó de roteamento na rede, o melhor que podemos fazer é diminuir as barreiras para fazê-lo e talvez automatizar. Não estamos lá, no entanto, não é de surpreender que a maioria dos nós estáveis seja administrada por poucas pessoas com experiência em tecnologia “, twittou.
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