Um estudo conduzido pela Universidade de Princeton e pela Universidade Internacional da Flórida, ambas norte-americanas, descobriu que três quartos da mineração do Bitcoin estão baseados na China e alertou para os riscos potenciais que poderiam resultar da significativa centralização geográfica da rede de mineração.
Intitulado de “A iminente ameaça da China: uma análise da influência chinesa sobre o Bitcoin”, o estudo procura “explorar como a China ameaça a segurança, estabilidade e viabilidade do Bitcoin através de sua posição dominante no ecossistema da criptomoeda, no controle político e econômico sobre atividade doméstica e no controle sobre sua infra-estrutura interna de Internet”.
O estudo começa descrevendo a China como “um dos potenciais adversários mais poderosos” para o Bitcoin, acrescentando que o país “expressou posições contraditórias em relação à criptomoeda e demonstrou poderosas capacidades para influenciá-la”.
Os pesquisadores estimam que “74% do hash da rede Bitcoin está em pools de mineração gerenciados pela China” e buscam explorar as maneiras pelas quais essa centralização da energia de mineração pode ser aproveitada pelo governo chinês para atacar a rede do Bitcoin.
O documento afirma que “os pools de mineração gerenciados por indivíduos na China constituíram mais da metade do hash total da rede desde 2015”, acrescentando que “em junho de 2018, mais de 80% da mineração do Bitcoin era realizada por seis pools de mineração, sendo que cinco desses seis pools são gerenciados por indivíduos ou organizações localizadas na China”.
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Embora “os pools de mineração não possam ser controlados diretamente pela China”, o estudo enfatiza que os seus operadores “estão sujeitos às autoridades chinesas” por estarem localizados na China. Como tal, o relatório argumenta que “porque os gerentes são responsáveis por atribuir trabalhos de mineração e propagar blocos completos, eles controlam as entradas e saídas de seus mineradores, permitindo que as autoridades chinesas controlem indiretamente esse poder de hash”.
O documento argumenta que a forte centralização das atividades de mineração na China pode representar uma ameaça de ataque de 51%, afirmando que “o governo chinês exerce forte controle centralizado sobre a atividade econômica e financeira e também opera amplos regimes de vigilância e censura na Internet doméstica”.
Embora “as capacidades não lhes concedam o comando direto de todo o poder de hash em pools geridos por chineses”, o documento afirma que o governo chinês possui “uma variedade de ferramentas à sua disposição para influenciar esses pools e o Bitcoin em geral. Eles implementaram várias rodadas de regulamentações restritivas que derrubaram o mercado global de Bitcoin”.
O relatório conclui que “a China tem capacidades maduras e fortes motivos para realizar ataques contra o BTC”, argumentando que a oposição ideológica da criptomoeda à centralização dos chineses poderia fornecer a motivação para um ataque contra a rede, assim como a crescente integração do Bitcoin na economia global e a possibilidade resultante de “exercer influência em um país estrangeiro onde Bitcoin está em uso”.