Enquanto as propostas de criação de um ETF de Bitcoin seguem sem aprovação da Comissão de Valores Mobiliários (SEC) dos Estados Unidos, o interesse por esse produto mantém-se firme. O portal de notícias NewsBTC trouxe uma pesquisa recente que mostrou que 58% dos investidores norte-americanos investiriam no criptoativo por meio de um ETF.
Conduzida pela Bitwise Asset Management, um fundo de hedge criptográfico baseado em São Francisco, a pesquisa contou com a participação de 150 consultores financeiros do mercado norte-americano. Quando questionados sobre o que os fariam alocar Bitcoin em seus portfólios, 54% deles disseram “uma melhor regulamentação” e 35% disseram “o lançamento de um ETF”.
Investidores buscam acesso mais fácil ao Bitcoin
O valor do Bitcoin caiu três quartos em 2018. Os investidores de varejo que alimentaram a recuperação da moeda digital fugiram durante o crash, deixando para trás os early adopters e as firmas tradicionais para proteger seu valor remanescente. Agora, há uma oferta adequada de Bitcoins com desconto disponível no mercado, mas com compradores inadequados.
Enquanto isso, no mesmo ano pessimista de 2018, mais investidores de alto perfil começaram a preencher a lacuna entre as criptomoedas e as finanças tradicionais. A relação entre as duas indústrias distintas melhorou quando:
- CBOE e CME lançaram e liquidaram os primeiros contratos futuros de Bitcoin do mundo;
- A gestora de ativos Fidelity tornou-se a primeira empresa de Wall Street a oferecer serviços de custódia e negociação de criptoativos;
- A inclusão de criptoativos nos fundos de investimento (endowments) de prestigiosas universidades norte-americanas, incluindo Harvard e Yale;
- A Bakkt, startup de custódia de criptoativos apoiada pela Intercontinental Exchange (ICE), anunciou o lançamento dos primeiros futuros regulados de Bitcoin físico;
- A Nasdaq anunciou que lançaria seus contratos futuros de Bitcoin no início de 2019.
Tal avanço institucional, segundo especialistas em finanças do mainstream e do espaço de criptoativos, poderia mudar o curso futuro do Bitcoin. Um ETF de Bitcoin, segundo eles, poderia servir como trampolim para uma adoção em massa entre os principais investidores.
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“A resposta é que os ETFs são uma construção bem compreendida que é alinhada com as plataformas de software existentes, documentos, processos e fluxos de trabalho que os investidores profissionais e as empresas usam”, escreveu Anthony “Pomp” Pompliano, fundador do fundo de investimento em criptoativos Morgan Creek em seu Boletim de Notícias. “Com uma alocação de 0,25% a 10%, os criptoativos não são um foco profundo da maioria dos investidores, e a maioria não vai reinventar a roda [apenas] para acessá-los. Eles precisam que [o acesso] já seja fácil.”
“Shutdown” norte-americano
Pompliano também disse que uma capitulação verdadeira acontecerá quando um ETF de Bitcoin for aprovado ou quando a regulamentação sobre os criptoativos tornar-se mais transparente.
“Acho que o ponto mais baixo do mercado foi em agosto de 2018, quando chegou perto de US$3.000, já chegamos perto uma vez, então podemos realmente voltar para lá ou para algum lugar próximo”, disse ele ao canal BlockTV.
“Junto com isso, por um longo período de tempo, eu penso que alguns dos números maiores que são descartados provavelmente serão precisos.”
Agora, as aplicações do ETF da VanEck e da Bitwise permanecem sob revisão na Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), porém, a VanEck retirou o seu pedido nesta quarta-feira, 23 de janeiro. A SEC provavelmente anunciaria sua decisão sobre esse pedido até 27 de fevereiro. No entanto, a paralisação do governo em andamento liderada pelo presidente dos EUA Donald Trump demitiu 94% dos funcionários da SEC. Esse, por sinal, foi um dos motivos que levou a empresa a retirar seu pedido.
“A probabilidade de dar uma revisão completa ao pedido está em dúvida”, escreveu a empresa. “Mesmo a análise do pedido da Bitwise também ficou complicada por conta do desligamento.”
Ainda assim, a Bitwise manteve seu otimismo, dizendo que os atrasos políticos não afetariam o crescimento do ecossistema de criptoativos.
“Cada dia traz uma maior clareza regulatória, com melhora das opções de custódia, maior volume de negociações futuras, exchanges e locais de negociação mais estabelecidos e um entendimento mais amplo sobre o mercado”, afirmou.
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