A discussão do projeto de lei que visa proibir a mineração de Bitcoin no Paraguai foi adiada. A decisão foi tomada durante a sessão ordinária do Senado paraguaio realizada na quarta-feira (10).
A senadora Colym Soroka Benítez solicitou o adiamento da discussão da iniciativa por 30 dias para realizar um “melhor estudo” sobre o assunto. Além disso, foi acordada a realização de uma audiência pública sobre o projeto de lei para o próximo dia 23 de abril, onde será discutida a questão da mineração de Bitcoin e do uso de criptomoedas no país sul-americano.
A Câmara Paraguaia de Blockchain, uma das organizações que defende a atividade mineradora no país, prevê que após o adiamento e a audiência agendada, o projeto de lei anti-mineração poderá sofrer uma mudança de 180 graus. A entidade acredita que é viável que tudo caminhe no sentido da criação de uma lei que possa beneficiar o país, graças à utilização da energia elétrica.
Durante a sessão ordinária de quarta-feira também foi aprovada uma declaração do Senado na qual aquele órgão legislativo apoia a instalação da indústria mineira no Paraguai. Foi uma moção apresentada pela senadora Salyn Buzarquis, que destacou que a mineração legal de Bitcoin gera 100 milhões de dólares anualmente para o Estado paraguaio.
Mineração de Bitcoin no Paraguai
Buzarquis também se referiu aos cortes de energia causados pela mineração ilegal. Na sua opinião, estes operadores atuam com a cumplicidade de responsáveis da Administração Nacional de Eletricidade (ANDE). Além disso, negou as alegações do projeto de lei anti-mineração, que indica que a mineração de Bitcoin “e outros roubos” consome 28% da geração de eletricidade do Paraguai.
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Sobre o adiamento da discussão da lei anti-mineração do Bitcoin e da audiência pública, Juanjo Benítez Rickmann, CEO da empresa paraguaia Digital Assets SA e minerador de Bitcoin legalizado naquele país, disse que irão “trabalhar em conjunto” com quem desenvolveu o projeto.
Conforme indicou, isto será “poder fazer as modificações correspondentes e finalmente poder regular a indústria de mineração de Bitcoin no Paraguai”.
“Devemos lembrar que o Paraguai continua no foco dos investidores estrangeiros graças ao seu excedente de energia hidrelétrica renovável e aos seus preços mais acessíveis em todo o mundo. E o Paraguai, por sua vez, precisa desse investimento estrangeiro para gerar melhores contratos de venda de energia a preços melhores do que o que recebe pela energia transferida ao Brasil”, disse Benítez Rickmann.