O Cronos, uma blockchain Layer 1 respaldada pela Crypto.com, aprovou recentemente uma proposta de governança para reemitir 70 bilhões de tokens CRO. Os tokens haviam sido queimados pela Crypto.com em 2021. A decisão restaurou o fornecimento total de tokens CRO ao seu limite original de 100 bilhões.
De acordo com a empresa, a Crypto.com alocou os novos tokens em uma carteira de reserva estratégica, sob um cronograma de vesting (direito adquirido) de vários anos.
Com essa mudança, a Crypto.com pretende usar os tokens reemitidos para apoiar o crescimento do ecossistema, incluindo o lançamento de um ETF de CRO, com o objetivo de atrair o crescente interesse institucional em criptomoedas. No entanto, a decisão gerou preocupações sobre a centralização da governança, já que validadores afiliados à Crypto.com tiveram um papel decisivo na aprovação da proposta.
Os dados de votação, divulgados pela Mintscan, revelaram que, enquanto validadores independentes se opuseram em sua maioria, validadores grandes, como Electron, Antares e Minotaur IV, com laços estreitos com a Crypto.com, influenciaram fortemente o resultado. A votação foi marcada por um aumento de 3,35 bilhões de votos na última hora, o que alterou significativamente o desfecho do processo.
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Críticas ao processo de governança
A aprovação da proposta levantou críticas sobre manipulação da governança. O cofundador da Sonic, Andre Cronje, foi um dos principais críticos, afirmando que, com um único voto, a capitalização de mercado do Cronos poderia saltar de US$ 2,5 bilhões para US$ 8,5 bilhões da noite para o dia, questionando a descentralização da blockchain.
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A falta de transparência na governança tem se tornado um tema crescente no debate sobre as blockchains, especialmente quando entidades centralizadas. A votação final revelou que 62,1% dos participantes foram a favor da reemissão, enquanto 17,6% se opuseram e 20,1% se abstiveram.
Após a aprovação da proposta, o preço do Cronos (CRO) despencou para US$ 0,078, perdendo quase 10% em apenas 24 horas, segundo dados do CoinGecko. Esse declínio reflete o impacto negativo que o aumento da oferta de tokens pode ter sobre o valor da criptomoeda, especialmente em um mercado cripto marcado por incertezas.
Enquanto isso, a Crypto.com está avançando em sua expansão ao obter a licença MiCA. Isso permite à empresa oferecer seus serviços a todos os países do Espaço Econômico Europeu (EEE). Esse movimento coloca a Crypto.com como a primeira grande exchange a obter aprovação completa para operar em todos os 30 países do EEE.
Além disso, a empresa está introduzindo novos recursos, como negociações de ETFs nos Estados Unidos. A promessa é oferecer taxas zero e negociações fracionadas, visando expandir ainda mais sua presença nos mercados financeiros tradicionais.
