O número de milionários em criptomoedas aumentou 40% no último ano, segundo um novo relatório elaborado pela Henley & Partners em parceria com a New World Wealth. O estudo mostra que os ativos digitais continuam a consolidar sua posição como fonte significativa de geração de riqueza, mesmo diante de um cenário econômico global desafiador.
O levantamento revela que já existem 241.700 milionários em criptomoedas, um crescimento expressivo em relação ao ano anterior. Além disso, o setor contabiliza 36 bilionários e 450 centimilionários — indivíduos com fortunas acima de US$ 100 milhões. O valor total de mercado associado a essa nova classe de riqueza ultrapassa US$ 3,3 trilhões, um aumento de 45% em apenas 12 meses.
Grande parte desse avanço vem do Bitcoin, responsável por cerca de 60% dos milionários identificados no estudo. O relatório estima que existem 295 milhões de detentores de BTC, um aumento de 7% no período. Entre os bilionários, 17 devem sua fortuna diretamente ao Bitcoin, que registrou uma taxa de crescimento anual de 55%, descrita como um “boom histórico de riqueza”.
O relatório aponta que o crescimento de milionários em bitcoin chegou a 70% em apenas um ano, superando outras criptomoedas em velocidade e intensidade. Esse fenômeno está diretamente ligado à maior adoção institucional, marcada pelo lançamento de criptoativos até mesmo por figuras políticas de alto escalão nos Estados Unidos.
Apesar do avanço, os milionários em criptomoedas representam apenas 0,4% do total global de milionários, estimado em 60 milhões, de acordo com o UBS. Esse dado mostra que, embora em expansão, o setor ainda é pequeno quando comparado ao universo da riqueza tradicional.
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Milionários em criptomoedas
A pesquisa também calcula que o número de usuários de criptomoedas no mundo chegou a 590 milhões, equivalente a 7,4% da população global. Esse crescimento de 5% em relação ao ano anterior demonstra que os ativos digitais estão cada vez mais presentes no portfólio de investidores comuns.
Entre os países que lideram a adoção estão Cingapura, Hong Kong e Estados Unidos, cada um com destaque em áreas distintas: inovação, infraestrutura e participação pública. Enquanto isso, Austrália e Singapura se sobressaem pelo ambiente regulatório favorável, enquanto Mônaco e Emirados Árabes Unidos oferecem os maiores benefícios fiscais.
O estudo também ressalta as implicações filosóficas dessa transformação. Para Samson Mow, CEO da JAN3, o contraste entre moedas fiduciárias e Bitcoin é o “paradoxo definidor da era atual”. Enquanto o dinheiro tradicional depende de emissão contínua pelos governos, o BTC mantém oferta fixa de 21 milhões de unidades.
Especialistas afirmam que essa rápida ascensão da cripto-riqueza pressiona governos, reguladores e gestores de patrimônio a repensarem a forma de lidar com finanças globais.
Dominic Volek, do Henley & Partners Group, lembra que, ao contrário do dinheiro convencional, as criptomoedas não têm fronteiras e podem ser movimentadas apenas com palavras-chave memorizadas. Essa característica cria uma ruptura profunda com a lógica histórica de vincular riqueza a um território físico.