O movimento de instalação de caixas eletrônicos (ATM, na sigla em inglês) de Bitcoin está aumentando em todo o mundo. Vindo de países inesperados, como Austrália e Zimbábue, a tendência das máquinas que realizam a conversão automática de criptomoedas em moeda fiduciária seguiu o mesmo ritmo de crescimento do mercado em 2017.
Na América do Sul o país que melhor reprsenta este crescimento não é o Brasil. A Argentina confirmou que, em 2017, foi realizada a instalação de 200 ATMs de Bitcoin em todo o país, e este número tende a aumentar ainda mais.
Segundo o portal local Infobae, o CEO do Odyssey Group, empresa que trabalha com a instalação de máquinas do tipo, afirmou que pretende instalar mais 4 mil ATMs em todo o país.
Regulação mais branda, maior oferta
De acordo com Sebastián Ponceliz, CEO do Odyssey, dois fatores contribuíram para o aumento da procura pelas máquinas na Argentina: a baixa oferta existente e, acima de tudo, a ação do Banco Central do país, que flexibilizou várias das regulamentações para a instalação dos caixas.
Ponceliz afirmou que com as mudanças editadas pelo órgão financeiro, estabelecimentos comerciais como supermercados, farmácias e quiosques poderão receber caixas em suas dependências. Com isso, a demanda pelos equipamentos tenderá a aumentar – embora a meta da empresa ainda esteja abaixo do pretendido pelo Banco Central local.
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“Temos acordos iniciais para a instalação de 4 mil caixas e o plano é chegarmos a 5 mil nos próximos dois anos. Entretanto, esse número não chega nem perto da estimativa do Banco Central, que é de 30 mil caixas”, afirmou o executivo.
Vantagens e custos
Ponceliz também falou sobre os custos de aquisição de cada equipamento e das inovações tecnológicas trazidas pelos caixas, os quais trabalham com moeda fiduciária e também com criptomoedas.
“Eles não serão apenas caixas para saque de dinheiro. Poderão ser usados também para e-commerce, blockchain, criptomoedas e operações de concessão de microcrédito.” Além disso, o usuário poderá verificar através do smartphone quais os caixas disponíveis na sua região e também se os mesmos encontram-se operacionais ou não.
Sobre os custos de aquisição para o lojista, o CEO estipulou algo em torno de US$10 mil, um valor alto para um país com renda per capita de US$12 mil, segundo o Banco Mundial. Os custos incluem o valor do equipamento (US$8 mil), mais impostos, e um extra de US$1000 a US$1500 por instalação. As taxas de cobrança por operação podem ser negociadas individualmente com a Odyssey, o que faz o tempo de recuperação do investimento depender de cada valor.
A Argentina, portanto, segue rumo à tendência que aumentou nos últimos anos e que parece não ter mais volta.