A Coreia do Sul elegeu um novo presidente na quarta-feira (9), conforme divulgou o portal Associated Press. Quem venceu a eleição foi Yoon Suk-Yeol, do Partido Conservador sul-coreano.
Yoon é ex-promotor de justiça e um ferrenho entusiasta de criptomoedas – tema que dominou a campanha presidencial. Entre suas promessas de campanha, Yoon prometeu aumentar o limite de isenção para impostos sobre ganhos de capital com criptomoedas.
Além disso, o agora presidente eleito prometeu desregulamentar a indústria de criptomoedas. Nesse sentido, Yoon diz que acabará com a proibição das Ofertas Iniciais de Moedas (ICO), em vigor desde 2017.
Eleição disputada até o fim
Durante a campanha, Yoon enfrentou Lee Jae-Myung, candidato do Partido Liberal. A eleição foi uma das mais acirradas da história sul-coreana. Yoon ganhou com 48.6% dos votos válidos, enquanto Lee obteve 47.8%.
Ou seja, a diferença entre ambos foi de apenas 0,8%, algo praticamente irrisório. Como não há segundo turno na Coreia do Sul, Yoon foi automaticamente eleito vencedor.
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No entanto, Yoon teve a maioria dos votos de eleitores entre 20 e 30 anos (72,5%), bem como da faixa entre 30 e 40 anos (56,5 contra 38,7%).
Dentre os principais temas da eleição, criptomoedas foi um dos tópicos mais. De fato, tanto Yoon quanto Lee anunciaram posturas amigáveis a este mercado, na tentativa de conquistar os eleitores mais jovens.
Nesse sentido, ambos foram para o lado oposto do atual presidente Moon Jae-In, do Partido Democrático, que reprimiu o mercado de criptomoedas. Isso causou o descontentamento dos cidadãos mais jovens, que começaram a a recorrer ao mercado de ações e investir em criptomoedas no país.
Com as mudanças regulatórias realizadas por Moon, quase 70 exchanges coreanas encerraram suas atividades em 2021. As três maiores exchanges do país possuem cinco milhões de contas individuais, representando quase 10% da população do país.
De startups a impostos sobre criptomoedas
Ao longo de sua campanha, Yoon criticou as atuais regulamentações de criptomeodas, que estariam “longe da realidade e não são razoáveis”. Ele afirmou que se eleito, revisaria estas regras com o objetivo de aproveitar o “potencial ilimitado do mercado de ativos virtuais”.
De acordo com o atual presidente, a Coreia do Sul precisa ser um ambiente atrativo para os investidores e empresas. Yonn expressou seu desejo de atrair e desenvolver “unicórnios” de criptomoedas – startups com valor de mercado de US$ 1 bilhão ou mais.
As propostas de Yoon também visam beneficiar os investidores individuais, sobretudo em relação aos impostos. O presidente eleito se comprometeu a aumentar o limite proposto para isenção impostos sobre ganhos de capital para os lucros de criptomoedas.
De acordo com a regulação recém-aprovada que entrará em vigor em 2023, um imposto de 20% deve ser cobrado sobre ganhos de criptomoedas. A isenção valerá para ganhos anuais de no máximo 2,5 milhões de wons (US$ 2.024).
A promessa de Yoon é ampliar esse limite para 52,4 milhões de wons (US$ 42.450).
O novo presidente também prometeu ser duro no combate a crimes com criptomoedas. Ele pretende tomar medidas legais para confiscar os lucros de criptomoedas obtidos por meios ilegítimos. O dinheiro não ficaria com o estado, mas seria devolvido para as vítimas dos golpes.
Atualmente existem pelo menos 14 projetos de lei relacionados a criptomoedas no parlamento sul-coreano. Mas nenhum deles foi analisado, o que deixa um vácuo de regulamentação e causa insegurança no setor.
Com a falta de regulamentação, muitas empresas têm evitado investir na Coreia do Sul, cenário que pode mudar com o novo presidente. Yoon tomará posse em maio de 2022, quando acaba o mandato de Moon Jae-In.
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