Embora os defensores do Bitcoin apontem a Venezuela politicamente carregada como um excelente exemplo de adoção de criptomoedas, eles freqüentemente negligenciam um centro mais favorável aos negócios, um pouco mais ao sul. Como a Argentina tem um histórico sórdido de bancos que restringem o acesso dos clientes, além de uma taxa de inflação que atingiu 47% em 2018, não seria difícil para o Bitcoin ganhar fama no país.
“Fui criado com meu pai dizendo que nunca confiasse no peso argentino e minha história foi a história que muitos argentinos tiveram”, disse Santiago Siri, fundador da startup de blockchain Democracy Earth Foundation e investidor de várias startups de criptomoedas argentinas.
De fato, o usa da plataforma LocalBitcoins, plataforma p2p de negociação de criptomoedas, na Argentina atingiu a maior alta histórica de 9,4 milhões de pesos argentinos em volume semanal em dezembro de 2018. Apesar da queda mais ampla do mercado, esse crescimento continuou a aumentar em 2019 à uma taxa considerável.
Tudo isso não é para dizer que as empresas argentinas não sentiram a pressão da volatilidade das criptomoedas, mas a demanda e o interesse local permanecem estáveis. Além disso, um recente fluxo de imigrantes venezuelanos infundiu em Buenos Aires comunidades carentes de recursos financeiros e serviços de remessas.
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“O setor está crescendo, está crescendo muito bem. Ele está fornecendo muitos empregos”, disse Siri. “As pessoas estão usando essas tecnologias para as necessidades reais de sobrevivência e se encontrando em um mundo melhor do que se tivessem que confiar no governo.”
Tudo considerado, as quedas do mercado praticamente não diminuíram a demanda por produtos e serviços relacionados ao Bitcoin na Argentina. Pelo contrário, o CMO da Bitex Manuel Beaudroit disse que sua empresa tem visto uma demanda crescente em 2019 por serviços relacionados ao Bitcoin proveniente de bancos e corretoras argentinas.
Conforme revelado exclusivamente para a CoinDesk, a Bitex cortejará esses clientes institucionais em toda a região ao lançar os serviços de custódia de Bitcoin em março. Beaudroit disse:
“Eles estão interessados em oferecer aos seus clientes a capacidade de fazer pagamentos e remessas internacionais com os serviços da Bitex.”
A startup ajudou recentemente a facilitar a compra de pesticidas e produtos agrícolas pelo governo paraguaio da Argentina, estabelecendo-se em Bitcoin. Com 250 clientes institucionais já facilitando a maior parte do volume diário de US$500 mil da bolsa, Beaudroit disse que a Bitex está posicionada para expandir os serviços em toda a América Latina. A plataforma já está no Paraguai, no Chile e no Uruguai.
A Argentina não representa o único grande mercado de criptomoedas da América Latina. O Brasil é tão grande que suas startups muitas vezes concentram-se apenas no mercado doméstico, disse Siri, enquanto o México geralmente perde talentos de primeira linha para a migração para o norte.
Enquanto isso, a empresa de mineração de criptomoedas Bitpatagonia, localizada no extremo sul do continente, fechou seu primeiro negócio no início de fevereiro para abrigar mil garimpeiros de Miami, segundo o seu cofundador Walter Salama. Os latinos de todo o mundo estão se voltando para a Argentina como um centro onde startups com conhecimento sobre Bitcoin podem trazer insights para o ecossistema global.
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*Artigo traduzido do site de notícias norte-americano Coindesk