É isso mesmo. Não é piada. A Venezuela anunciou, conforme noticiou a CCN, repercutindo matéria da Reuters, que não será possível, na primeira fase do ICO do Petro, adquirir a moeda virtual nacional com o Bolivar, o dinheiro fiat nacional do país de Simon Bolivar.
Conforme noticiamos aqui, temos acompanhado o desenrolar da moeda que pode ser o primeiro ativo virtual coordenado por um Estado a ser lançado no mercado. De acordo com dados divulgados anteriormente, cerca de 38 milhões de Petros serão vendidos para investidores institucionais em uma pré-venda de um mês que deverá começar em 15 de fevereiro e deve trazer US$ 1,3 bilhão. Estes investidores institucionais receberão um desconto de até 60% no token. Após esta fase, será realizada uma venda pública na qual serão vendidos 44 milhões de tokens. Os funcionários esperam que esta fase da venda arrecade US$ 2,4 bilhões. Os restantes 18 milhões de tokens irão para um painel de conselheiros que apoiaram o governo, auxiliares que atuaram na criação do token e no próprio governo.
Segundo as revelações o país vai aceitar criptomoedas e moedas fortes para a compra do Petro (como moedas fortes entenda-se, por exemplo Euro e Dolar). A moeda fiat do país, o bolivar, não será aceito nesta fase, somente após a pré-venda, o Petro poderia então ser trocado pela moeda local do país, que caiu contra o dólar em mais de 3.400% no ano passado.
“A pré-venda e a oferta inicial serão feitas em moedas fortes e em criptografia. Não vai ser feito em bolívares nesta fase (…) Nossa responsabilidade é colocar (o petro) nas melhores mãos e, em seguida, um mercado secundário aparecerá “, afirmou Carlos Vargas, superintendente de criptografia do gonverno.
A ideia de lançar uma moeda digital, por parte dos venezuelanos, teve como objetivo driblar as restrições impostas, principalmente pelos EUA. O congresso venezuelano, majoritariamente de oposição já proibiu o Petros, alegando que ele é inconstitucional e ilegal, além de ser um alegado instrumento para corrupção. Isso não freou os planos de Maduro que busca investidores no Qatar e apoio institucional entre países integrantes da ALBA.
O Petro será apoiada principalmente pelo petróleo, juntamente com outras commodities em ouro e diamantes, contudo, as moedas não poderão ser trocadas pelos seus ativos físicos (óleo, ouro, diamantes, etc). Cada Petro deve ser dividido em 100 milhões de unidades, sendo a unidade mínima denominada Mene, de acordo com uma proposta preliminar, obtida pela Reuters. Segundo a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) a Venezuela detém a maior reserva mundial de Petróleo com mais de 17,8% sobe seu território, algo em torno de 297.6 bilhões de barris, cada barril é cotado hoje, no momento da redação do texto, a US$ 63.48.
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Detalhes técnicos sobre o desenvolvimento e funcionamento do Petro ainda não foram divulgados pelo governo que rejeitou um suposto white paper atribuído a moeda que havia circulado na internet.