Os muçulmanos, como são chamados os seguidores do islamismo, que segundo estimativas é a segunda crença mais popular do mundo, com mais de 1,6 bilhão de fiéis, podem ter sido os responsáveis pelo aumento de preço totalmente inesperado do Bitcoin, que saltou mais de 10% nesta última quinta-feira, 12 de abril.
Segundo reportagem da CCN, agência de notícias internacional, uma recente declaração de um estudioso islâmico de que o Bitcoin é compatível com a lei da Sharia, lei que regula a vida em sociedade de acordo com o Alcorão, o livro sagrado do islamismo, abriu o mercado para investidores muçulmanos que antes apenas especulavam sobre as criptomoedas frente à sua fé que proíbe a prática de emprestar dinheiro a taxas de juros altas, conhecidas como usura.
O autor Mufti Muhammad Abu Bakar, conselheiro da Sharia e responsável pela área de compliance da Blossom Finance em Jacarta, publicou um artigo sobre o status do Bitcoin, dizendo se ele é Halal (permitido) ou Haram (proibido). O artigo foi publicado na terça-feira, 10 de abril (o aumento de preço aconteceu no dia 12 de abril). Um dia antes da publicação do artigo, ocorreu uma importante conferência acadêmica islâmica sobre criptomoedas demonstrando que o tema está latente entre os muçulmanos.
O estudo essencialmente decidiu que, em certos casos, o Bitcoin pode de fato ser Halal, permitido:
“Na Alemanha, o Bitcoin é reconhecido como uma moeda legal e, portanto, se qualifica como dinheiro islâmico na Alemanha. Em países como os EUA, o Bitcoin não tem status monetário legal oficial, mas é aceito para pagamento em uma variedade de comércios e, portanto, se qualifica como dinheiro tradicional islâmico.”
No Islã, commodities com um valor intrínseco (ouro, prata, sal) são consideradas moedas. Tanto forma de dinheiro digital e até mesmo as moedas fiduciárias só são permitidas se forem apoiadas por uma mercadoria de valor intrínseco e com uma taxa de câmbio fixa. O padrão-ouro permite que as moedas lastreadas em ouro sejam compatíveis com a Sharia, por exemplo. Desta forma, segundo Bakar, como a blockchain inegavelmente comprova a propriedade de um ativo digital, acaba sendo mais compatível com a Sharia do que o sistema bancário atual. Os princípios islâmicos estão inclusive sendo utilizados para o desenvolvimento de uma startup com foco no mundo árabe, a HADA dBank.
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