Assim como, praticamente todas as coisas, o governo russo tem posições contraditórias sobre o Bitcon, se de um lado o governo, como repercutiu em todo o mundo, planeja “nunca regularizar” o a moeda digital, com uma declaração feita pelo chefe do Ministério das Comunicações (Minkomsvyaz), por outro lado, o próprio presidente, Vladimir Putin, assinou um compromisso para a regulamentação das ICOs e mineração de criptomoedas, com previsão de estreia até julho de 2018. Qual das declarações será verdadeira e como elas serão aplicadas permanece uma incógnita assim como a participação ou não do pais na eleição americana.
No entanto, enquanto as criptomoedas aguardam os caprichos dos governantes, parece haver um consenso no pais com relação a Blockchain, afinal, além do Sberbank, o maior banco russo do mundo, ter se juntado formalmente a EEA (Enterprise Ethereum Alliance), o governo de Moscou anunciou que esta realizando testes em blockchain para iniciativas de votação locais.
Já no ano passado, conforme noticia da Coindesk, funcionários do governo de Moscou que investigavam a aplicação da tecnologia para reduzir as fraudes em eleições locais, que decidem aspectos ligados a gestão das cidades, algo como o que se tentou implementar no Brasil com o Orçamento Participativo. O possível uso viria como parte do projeto de governo eletrônico chamado “Cidadão Ativo”, constituindo uma das várias áreas em que a blockchain está sendo explorada incluindo a construção de uma base para um novo sistema de registro de terras .
De acordo com a nova declaração, foi desenvolvido um sistema piloto que irá rastrear os votos via blockchain, o código já esta disponível no GitHub. Os responsáveis pelo projeto não deram mais detalhes de como o serviço irá funcionar e nem como ou quando ele estará disponível ao cidadão, tampouco sobre como será feita a transmissão dos dados na blockchain frente a diversos problemas como escala e a taxas dos mineradores (efetivamente um voto transmitido tem que representar um voto chegando ao destino), mas a iniciativa atraiu o interesse do setor privado russo, que começou a testar o voto por procuração via blockchain – permitindo aos acionistas emitir votos sobre decisões corporativas.