As criptomoedas emitidas por bancos centrais (CBDC, na sigla em inglês) podem quebrar a hegemonia global do dólar norte-americano (USD).
Essa é a previsão do banco alemão Deutsche Bank. O banco divulgou a edição de setembro do relatório Money Reinvented.
Impacto de CBDCs nos EUA
O Deutsche Bank já havia alertado que as criptomoedas substituiriam o dinheiro vivo até 2030. Dessa vez, o banco acredita que as CBDCs podem ter um efeito particularmente forte sobre os Estados Unidos.
Isso porque CBDCs adotados em todo o mundo podem “corroer a hegemonia do dólar no mercado financeiro global”.
Para o banco, os países poderiam usar suas próprias moedas digitais para realizar comércio bilateral, evitando o dólar americano.
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De acordo com o relatório, cerca de 80% dos bancos centrais do mundo estão pesquisando se uma CBDC poderia beneficiar suas respectivas economias.
Alguns países, como a China, já estão em estágios avançados e podem lançar uma CBDC em breve. Outros, como o Brasil, ainda estão realizando pesquisas sobre a viabilidade da moeda.
O Deutsche Bank citou o projeto chinês no relatório.
“A emissão de um dos primeiros CBDC também seria um passo em direção à meta da China de se tornar um líder mundial em ciência e inovação até 2050 e fornecer uma moeda de reserva mundial”, disse o relatório.
Padrões monetários não são eternos
Atualmente, o dólar está envolvido em quase 90% das transações globais, de acordo com o Bank of International Settlements. Com isso, ele ainda é a principal moeda de reserva do mundo.
No entanto, esse papel pode estar ameaçado no longo prazo. O Goldman Sachs já alertou que o dólar pode perder seu status no futuro.
Desde 15 de agosto de 1971, o dólar tornou-se a moeda mundial de reserva. Naquele dia, o então presidente dos EUA Richard Nixon acabou com a conversibilidade da moeda em ouro.
A partir dali, o ouro deixou de ser dinheiro. Entrava em vigor o chamado “padrão-dólar”.
No entanto, moedas fiduciárias não duram para sempre. A média de duração de cada uma delas como moeda internacional é de cerca de 100 anos. O dólar está próximo dos 50 anos.
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