O Ministério de Economia, Comércio e Indústria do Japão tem dedicado importantes recursos para a empreitada de empreendedores como o minerador de Bitcoin Kotaro Chiba, fundador da Drone Fund, um pool de US$ 15 milhões dedicado ao investimento em aeronaves autônomas em geral e em empresas de carros voadores em particular.
E, para quem acredita que ver carros cortando os céus pode ser um futuro muito distante, uma das empresas na qual Chiba tem investido, a Cartivator, tem como objetivo usar um carro voador para acender a tocha olímpica na cerimônia de abertura das Olimpíadas de Tóquio em 2020, ou seja, já no ano que vem. No geral, como revela uma reportagem da Bloomberg, o objetivo de Chiba é investir em um conjunto de empresas que, juntas, podem construir um ecossistema de carros voadores japoneses.
“No início, os drones só transportavam carga”, disse ele, empoleirado em um sofá estofado entre seus equipamentos de mineração de Bitcoin e um elaborado simulador de vôo de três monitores montado em uma mesa adjacente. “Então, se isso for bem sucedido, os primeiros usuários serão celebridades, executivos, as pessoas do mercado financeiro e, então, depois o mercado de massa. Se realmente acertarmos, o preço será menor do que um táxi”, declarou.
Chiba, cujo empresa já tem uma espécie de moto voadora desenvolvida, a hoverbike, acredita que o Japão tem o que é preciso para que isso aconteça. “Se você olhar apenas para a fabricação de drones, talvez a China seja a número 1″, disse ele. “E se você olhar apenas para o software, talvez os EUA sejam o número 1. Mas se você olhar para a integração de tudo isso, de uma forma absolutamente segura, essa é a força japonesa”. Há também, segundo ele, o fator cultura pop:
“Temos muitas imagens futurísticas desde a infância”, disse.
No marketing de sua empresa, Chiba ilustra, de maneira bem simples e direcionada, principalmente para uma nova geração, o que o futuro dos carros voadores oferece: chamar um táxi aéreo por smartphone, voos em ônibus escolar, caminhões voadores carregados com pacotes, entre outros, no entanto, além do desafio tecnológico, também existe o desafio regulatório.
No mundo, como revela a reportagem, poucas agências governamentais começaram a lidar com o que será necessário para regular os carros voadores. Embora Dubai, Cingapura e Nova Zelândia tenham expressado intenções semelhantes de serem pioneiras, países maiores, com espaço aéreo mais complexo, estão iniciando uma mudança de visão.
A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos disse aos participantes em uma cúpula de carros voadores, convocada em maio pela Uber, que eles podem precisar reduzir suas expectativas em relação à velocidade com a qual os reguladores darão luz verde aos veículos que voam. A mesma agência ainda não finalizou nem mesmo as regras que permitiriam a drones voar a noite ou mesmo sobre multidões, quanto mais de carros que passam sob as cabeças das pessoas.
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