No último final de semana, ocorreu mais um ajuste de dificuldade na rede do Bitcoin. E a queda foi histórica, segundo a empresa de análise de dados Glassnode.
O ajuste foi de aproximadamente -16%. Isso representa a segunda maior queda na dificuldade nos 12 anos de história do Bitcoin.
Além disso, essa foi a maior queda desde 2011. Foi justamente naquela época em que surgiram os chips ASIC, que abriram caminho para a mineração em escala industrial.
We just observed the 2nd largest negative #Bitcoin mining difficulty adjustment in history: -16%
It topped the -15.9% change in March this year.
The only other time difficulty saw a larger downwards adjustment (-18%) was over 9 years ago, in Oct 2011.https://t.co/hXl4n3DAYR pic.twitter.com/7zgwMjNj13
— glassnode (@glassnode) November 3, 2020
Com isso, a rede caiu de 20 trilhões de hashes por segundo (TH/s) para agora 16,7 trilhões de TH/s, de acordo com o pool chinês BTC.com.
Fim da energia barata na China
O ajuste de dificuldade está normalmente relacionado ao número de mineradores ativos na rede, e existem indícios de que esse número caiu em regiões chaves.
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora
Uma dessas regiões é a China, que responde por aproximadamente 65% do poder de processamento (hash rate) total do Bitcoin. Foi o que disse Jason Dane, analista de Bitcoin da Quantum Economics.
“A maioria dos mineradores em grande escala desliga suas máquinas e alguns até mesmo realocam suas operações para a região de Xinjiang, voltando a funcionar algumas semanas depois. O resto da rede simplesmente pega a folga e a dificuldade se ajusta de acordo”, disse.
Perda de confiança no Bitcoin?
O ajuste de dificuldade é uma das principais ferramentas do Bitcoin. Entre outras coisas, ela fornece segurança para a rede contra ataques externos.
Por isso, muitos podem temer que um grande ajuste negativo seja prejudicial. Ele pode indicar uma queda no preço ou uma falta de confiança no Bitcoin.
No entanto, de acordo com Deane, esse não é o caso hoje. De fato, o hash rate da rede quase dobrou desde o halving (corte na emissão de novos Bitcoins) que ocorreu em maio.
“Este é puramente um evento anual de rotina que por acaso está em um período de alta para o Bitcoin, o que significa que os mineradores se sairão muito bem nos próximos 14 dias”, disse Deane.
No momento da escrita desta matéria, o próximo ajuste está definido para ocorrer em 15 de novembro.
Leia também: Bitcoin segue nos R$ 77.000; Bitcoin Cash declina quase 7%
Leia também: Forbes: alta do Bitcoin é sinalizada por importante indicador
Leia também: Fase de testes do PIX começa amanhã; entenda como será