Um coronel foi denunciado no processo contra a suposta pirâmide financeira Indeal por fornecer dados sigilosos à empresa. Ele informou à advogada do grupo se os sócios do esquema corriam o risco de ser presos e recebeu R$ 10 mil em Bitcoin como pagamento.
Agora, Régis Rocha da Rosa, que atuava na Brigada Militar do Rio Grande do Sul, é investigado por corrupção passiva. O processo tramita na Justiça Militar Estadual (JME) e está em fase inicial.
Advogada procurou militar para o serviço
Conforme noticiou o portal GaúchaZH, Rosa era diretor do Departamento de Comando e Controle Integrado (DCCI) à época dos fatos (fevereiro de 2019).
Ele supostamente foi procurado por Veridiana Fumegalli Paiva, a advogada que defende os sócios da Indeal, acusados de operar um esquema de pirâmide financeira de Bitcoin que deixou um prejuízo de R$ 1 bilhão.
Paiva pediu que o coronel verificasse no sistema da Secretaria da Segurança Pública se seus clientes estavam sob investigação ou risco de prisão.
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De acordo com o Ministério Público, Rosa aceitou a promessa de vantagem indevida, infringindo seu dever penal.
A atuação ilegal do militar foi revelada pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Egypto, deflagrada em 2019. Ao analisarem o material apreendido, os agentes encontraram provas contra Rosa em conversas no WhatsApp.
Os diálogos resultaram na abertura de um Inquérito Policial-Militar contra o coronel em outubro de 2019. Em fevereiro deste ano, o promotor Tiago Moreira da Silva denunciou o coronel por recebimento de vantagem indevida.
Coronel recebeu R$ 10.000 em investimentos na Indeal
As conversas no WhatsApp revelam que a advogada explicou ao militar que trabalhava para a Indeal. Segundo ela, seus clientes estavam sendo extorquidos por policiais civis.
Paiva contou que um homem que afirmava ser escrivão da Polícia Civil estava ameaçando os sócios por mensagens. Ele estava exigindo dinheiro para não executar supostas ordens de prisão contra os executivos.
Então, a advogada pediu que o militar verificasse no sistema se havia, de fato, ordens de prisão contra os empresários. O coronel agiu no mesmo dia e verificou que não havia investigação aberta contra os cinco sócios em questão.
Após passar a informação à advogada, o coronel teria se interessado pelos negócios da Indeal, conforme revelou Paiva à PF. O MP descobriu que o coronel recebeu como pagamento R$ 10.000 em investimentos na Indeal, por meio de Bitcoins.
Rosa confirmou à PF a aplicação de R$ 10 mil na Indeal em seu nome. O “brigadiano” disse que acreditou ser uma boa opção investir na empresa, a fim de verificar se a mesma funcionava de forma correta.
Além disso, o coronel também revelou que a própria advogada se dispôs a fazer o aporte em seu nome. Contudo, ele afirmou que não reconhecia a ação como vantagem indevida. Afinal, tinha a intenção de devolver o valor.
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