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MicroStrategy pode ter que vender seus Bitcoins? O que aconteceria neste caso?

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Com mais de 150 mil Bitcoins (BTC) em caixa, ou cerca de R$ 23 bilhões, a MicroStrategy é a empresa que tem o maior caixa em BTC no mundo. Por isso, volta e meia o mercado faz a mesma pergunta: o que pode acontecer com o preço se a empresa vender os seus Bitcoins a mercado?

Em várias ocasiões, o fundador da empresa Michael Saylor reiterou que a empresa é compradora de BTC, e não vendedora. No entanto, a MicroStrategy já fez uma venda de BTC em janeiro desse ano. Logo, nada impede que a empresa possa se desfazer de mais criptomoedas, sobretudo caso o preço do BTC caia.

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Nesse sentido, a corretora de investimentos Bernstein divulgou um relatório falando exatamente sobre a possibilidade de venda. E de acordo com o documento, a MicroStrategy só teria que vender seus BTC caso o preço da criptomoeda sofresse uma correção muito severa.

MicroStrategy e Bitcoin

A maior parte do temor do mercado em relação a isso tem a ver com o plano da MicroStrategy de aumentar a dívida de longo prazo. Parte desse aumento serve justamente para a empresa comprar mais BTC, como ela fez ano passado. Isto é, a empresa se endivida no mercado para adquirir um ativo que, apesar de muito valioso, ainda sofre forte volatilidade de preços.

Isso coloca a empresa sob pressão para liquidar suas participações em Bitcoin, especialmente em caso de perdas. Outro cenário é se a MicroStrategy precisar liquidar suas garantias em BTC para honrar com os pagamentos dos empréstimos.

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Mas a Bernstein afirmou, no seu relatório publicado na terça-feira (11), que isso pode ocorrer apenas em caso de correções extremas de preços. Ou seja, se o Bitcoin cair abaixo de US$ 10 mil, um cenário muito improvável no momento.

Quando o preço do BTC sobe, a MicroStrategy tem um balanço mais forte, o preço de suas ações aumenta e a empresa consegue ter balanços mais sólidos. Dessa forma, a MicroStrategy é capaz de pagar suas dívidas apenas com seu fluxo de caixa, sem precisar se desfazer de capital próprio.

Além disso, os preços fortes do BTC e um preço mais alto das ações permitem que a empresa levante novas dívidas ou ações e resgate notas conversíveis existentes. Nesse processo, a empresa consegue rolar sua dívida e fazer novas contratações de empréstimos.

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Até 2025

Por outro lado, mesmo se o BTC cair e atingir “preços absolutamente baixos”, a empresa ainda conta com prazos longos para arcar com os pagamentos. De fato, a maior parte das dívidas da MicroStrategy vence somente após junho de 2025, o que dá um prazo de, no mínimo, quase dois anos para a empresa arcar com os pagamentos.

Somente se a situação piorar após junho de 2025, a “estrutura corporativa ficaria sob pressão das cláusulas de ‘spring forward’. Esse é um mecanismo que faz as dívidas com vencimento em 2028 terem seu vencimento antecipado para 2025 ou 2026″, acrescentou a Bernstein.

“Dada a volatilidade do BTC, usar dívida como estratégia é sempre precário. E a empresa nunca pode descartar a hipótese de que hajam liquidações forçadas pontuais”, escreveram analistas liderados por Gautam Chhugani.

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Mas ainda há outro fator positivo para a empresa: o halving do BTC, que é o corte na emissão de novos BTC. Esse evento está previsto para maio de 2024 e, historicamente, tem o potencial de causar grandes valorizações no preço da criptomoeda. Portanto, a MicroStrategy ainda pode se beneficiar do halving e ter ativos o suficiente para arcar com suas dívidas.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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