Nesta semana, a empresa de capital de risco SPiCE VC anunciou que o token digital criado pela empresa passará a ser negociado como “security token” (token de valor mobiliário ou token de segurança) nos EUA, com aprovação da Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês), na primeira e única plataforma regulada específica para listar este tipo de ativo, a OpenFinance Network, e, segundo especialistas, esta deve ser a nova tendência do universo das criptomoedas para 2019.
A empresa de capital de risco foi fundada no ano passado em Cingapura e arrecadou cerca de US$15 milhões por meio de um evento de oferta de token de segurança (STO). Os fundos foram investidos em várias empresas de tecnologia, elevando o número total de empresas do portfólio para sete. Muitos especialistas concordam que os tokens de segurança representam a próxima megatendência, pois são capazes de transformar classes de ativos que variam de ações a imóveis e commodities. Ao contrário dos “utility tokens”, os “security tokens” incorporam, em tese, mais valor, uma vez que são lastreados em ativos reais e fornecem direitos de propriedade sobre esses ativos.
“Pense em nossos tokens como contratos digitais. Eles são títulos e dão aos detentores direitos econômicos sobre a performance do portfólio. Então, quando há uma saída, os recursos líquidos são distribuídos entre todos os detentores dos tokens”, declarou o cofundador e sócio-gerente da SPiCE VC Tal Elyashivy.
Recentemente, dois projetos de criptomoedas que realizaram ICOs para viabilizar seus tokens enfrentaram o peso da SEC norte-americana. As startups Paragon e AirFox foram obrigadas a pagar uma multa de US$350 mil ao regulador norte-americano além de reembolsar os investidores que participaram da ICO, devido à grande desvalorização que os ativos enfrentaram durante determinado período. Após a repressão à Paragon e AirFox, Stephanie Avakian, codiretora da Divisão de Fiscalização da SEC, enfatizou fortemente que o regulador continuará a investigar as vendas de token que violaram leis de segurança federais com a intenção de derrubar ICOs consideradas títulos pela SEC .
“Deixamos claro que as empresas que emitem títulos através de ICOs são obrigadas a cumprir os estatutos e as regras existentes que regem o registro de títulos. Esses casos dizem àqueles que estão pensando em tomar ações semelhantes, que continuamos atentos às violações das leis federais de valores mobiliários em relação aos ativos digitais”, declarou.