Um membro do conselho de administração do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) alertou para a “extrema volatilidade” do mercado dos criptoativos nesta última terça-feira, 03 de abril, mas deixou claro que a nova classe de ativos não representa uma ameaça à estabilidade da economia norte-americana.
Lael Brainard, que também faz parte do poderoso comitê de definição de taxas de juros do banco central, disse durante uma audiência em Nova York:
“Uma área que o Federal Reserve está monitorando é a extrema volatilidade evidenciada por algumas criptomoedas. Por exemplo, o Bitcoin subiu mais de 1.000% em 2017 e caiu drasticamente nos últimos meses.”
Ela disse que o mercado de criptomoedas “pode levantar importantes questões de proteção ao investidor e consumidor, e alguns parecem especialmente vulneráveis a preocupações com a lavagem de dinheiro…”. Brainard alertou ainda os investidores individuais para estarem cientes das “possíveis armadilhas desses investimentos e do potencial de perdas”.
Por outro lado, Brainard argumentou que é improvável que as criptomoedas “representem uma ameaça à estabilidade financeira”, uma vez que os ativos não são comumente usados em pagamentos e há pouca evidência de que os investidores tenham emprestado grandes quantias de dinheiro para investir neles.
O relatório State of the Blockchain 2018, da CoinDesk, agência de notícias especializada no universo das criptomoedas, constatou que apenas 19% dos entrevistados haviam feito empréstimos para comprar criptomoedas e, daqueles que o fizeram, mais da metade já havia pago essa dívida.
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Ela também indicou que o Fed prestaria mais atenção às criptomoedas no futuro, dizendo:
“Nossa avaliação desses mercados é limitada por sua opacidade. No entanto, continuaremos a estudá-los.”
Brainard dedicou a maior parte de seus comentários às classes de ativos tradicionais, como ações e títulos, onde ela disse que os preços podem ser “particularmente suscetíveis a um desenvolvimento inesperado”, como a aceleração da inflação. Ainda assim, ela caracterizou os riscos gerais para a estabilidade financeira como “moderados”, devido às reformas financeiras introduzidas após a crise de 2008.