O empresário Mark Cuban, estrela do Shark Tank e proprietário do Dallas Mavericks, terá que enfrentar um interrogatório sob juramento em Dallas devido ao seu envolvimento com a falida empresa de empréstimos de criptomoedas Voyager Digital. No interrogatório, que ocorrerá em fevereiro, Cuban terá que se explicar por supostamente ter promovido a empresa, que enfrenta acusações por operar como um esquema de pirâmide (ponzi).
De acordo com uma ordem judicial, o depoimento de Cuban é parte da ação coletiva movida pelos investidores da Voyager.
Mark Cuban na mira das autoridades
No processo, o astro do Shark Tank havia solicitado a divisão de seu depoimento em duas partes. Contudo, na decisão do dia 6 de janeiro, a juíza americana Lisette M. Reid negou o pedido. Além disso, ficou determinado que Cuban deponha, na íntegra, no tribunal de Dallas, no Texas, no dia 2 de fevereiro de 2023. O depoimento não se limitará a questões jurisdicionais, segundo a decisão.
Além disso, a juíza determinou que três demandantes da Flórida deponham até o dia 24 de janeiro. De acordo com a ordem, Pierce Robertson irá depor esta semana, Rachel Gold em 23 de janeiro e Sanford Gold em 23 ou 24 de janeiro. Como parte da defesa, dois funcionários do Dallas Mavericks, Ryan Mackey e Kyle Tapply, também terão que depor até o dia 23 de fevereiro.
Por fim, a juíza ordenou que os queixosos apresentem todas as evidências sobre suas contas na Voyager e documentos relacionados até o dia 13 de janeiro.
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“Os Requerentes devem produzir descobertas pendentes relacionadas às contas Voyager dos Requerentes e informações comerciais e financeiras relacionadas a essas contas da Voyager até o fechamento dos negócios em 13 de janeiro de 2023”, diz a decisão.
‘Falência’ da Voyager
A ação coletiva em questão teve início no dia 10 de agosto do ano passado, antes da Voyager entrar com pedido de recuperação judicial. Os autores alegam que o empresário promoveu a Voyager em várias ocasiões como sendo barata e sem comissões.
Os autores querem que Cuban seja responsabilizado por atrair “investidores pouco sofisticados” com “promessas falsas e enganosas” de grandes lucros.
A Voyager Digital entrou com pedido de proteção contra falência em julho de 2022. Isso ocorreu poucos dias depois que o fundo de hedge Three Arrows Capital (3AC) – que devia mais de US$ 650 milhões à Voyager – colapsou. Ao todo, estima-se que a Voyager deva mais de US$ 5 bilhões (R$ 26,25 bilhões) a mais de 3,5 milhões de pessoas.
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Binance tenta comprar Voyager, mas SEC ‘trava’ negócio
Conforme noticiou o CriptoFácil, o braço da Binance nos Estados Unidos, a Binance.US, fez uma proposta de R$ 5,4 bilhões para comprar os ativos da Voyager. Contudo, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, a SEC, apresentou na última semana uma objeção sobre o negócio, adiando o processo.
De acordo com o regulador dos EUA, a proposta de compra não inclui detalhes suficientes sobre a capacidade da Binance de “consumar uma transação desta magnitude”. Por isso, a exchange terá que fornecer informações adicionais sobre como serão as operações da Binance nos EUA após o acordo. Além disso, os advogados da SEC exigiram mais dados sobre como a empresa vai proteger os ativos dos clientes.